quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

UE anuncia acordo com Rússia e Ucrânia para enviar monitores em crise do gás

(atualiza com declarações do premiê tcheco).

Praga, 7 jan (EFE).- A União Européia (UE) alcançou um acordo com a Rússia e a Ucrânia para enviar monitores a ambos os países e controlar o fornecimento de gás natural para a Europa, anunciou hoje o presidente da Comissão Européia (órgão executivo do bloco), José Manuel Durão Barroso.

Os detalhes concretos serão fechados amanhã, em Bruxelas, em reuniões do comissário europeu de Energia, Andris Piebalgs, com a estatal de gás russa Gazprom e com autoridades da Ucrânia.

Essas reuniões vão fixar as condições técnicas e o estabelecimento da comissão de controle que verificará as alegações dos dois lados, explicou o primeiro-ministro tcheco, Mirek Topolanek, em entrevista coletiva conjunta com Barroso.

Topolanek acrescentou que a criação dessa comissão de controle não garante que as conversas entre Rússia e Ucrânia tenham êxito, e disse que se a provisão não for retomada "de forma imediata e fluente", a UE realizará na segunda-feira uma reunião extraordinária de Ministros de Energia.

Barroso exigiu que o fornecimento de gás "seja imediatamente retomado", e afirmou que o caso contrário pode significar uma crise de credibilidade para a Rússia.

Topolanek e Barroso não quiseram detalhar em que poderiam consistir as "medidas mais severas" que tinham sido anunciadas pouco antes pelo premiê tcheco para o caso de não haver um reatamento imediato da provisão de gás russo para a UE através da Ucrânia.

O presidente da CE se esforçou para mostrar imparcialidade, mas advertiu que "se a provisão não for retomada completamente, a UE terá que começar a considerar que o transporte de gás natural russo através da Ucrânia não é confiável".

Além da reunião técnica de amanhã em Bruxelas, os ministros de Exteriores comunitários analisarão a situação em reunião informal em Praga.

Barroso assinalou que o Grupo de Coordenação do Gás da UE se reunirá na sexta-feira, em Bruxelas, para debater, entre outras questões, o início de mecanismos de solidariedade entre os países comunitários "se houver falta (de gás)".

Mesmo assim, o presidente da CE reconheceu que os mecanismos atuais de solidariedade "não são suficientes", já que falta maior infra-estrutura de conexão, e lamentou que uma proposta da Comissão para destinar 5 bilhões de euros para ampliá-las não foi ainda aprovada pelo Conselho da UE.

"Uma lição que aprendemos desta situação é de que precisamos iniciar interconexões confiáveis e reais", acrescentou.

Barroso lembrou que falou pela manhã de hoje com os primeiros-ministros da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Yulia Timoshenko, e assinalou que ambos lhe alegaram que não estão causando problemas com a provisão.

"Ambos disseram que não querem tornar nossa vida mais difícil", acrescentou.

Por isso, disse que se isso se cumprisse na realidade "não deveria haver problemas" no fornecimento à Europa, por isso insistiu -sem querer inclinar-se por nenhum lado- que a UE espera que "Rússia ponha gás na rede e que a Ucrânia não o interrompa".

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