quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Refugiados do Camboja têm sequelas de trauma dos anos 1970

Portal do Terra

Terça, 2 de agosto de 2005, 19h24

Refugiados do Camboja têm sequelas de trauma dos anos 1970
    
 Andrew Stern

A maior parte dos refugiados vindos do Camboja e que vivem atualmente nos EUA sofrem de estresse pós-traumático, depressão profunda ou alcoolismo, mesmo depois de passadas décadas do genocídio no país asiático, revelou um estudo divulgado na terça-feira. 

Uma pesquisa com um grupo representativo dos 175 mil cambojanos refugiados nos EUA descobriu que quase todos possuem sequelas pelo fato de terem quase morrido de fome ou de terem visto parentes e amigos serem assassinados na década de 1970. 

Estima-se que cerca de 3 milhões de pessoas tenham perdido a vida durante o governo do Khmer Vermelho, de 1975 a 1979, e nas guerras civis ocorridas antes e depois desse período. 

O grande número de distúrbios psicológicos encontrados entre os refugiados cambojanos é indício da existência de uma crise maior afetando os 42 milhões de refugiados do mundo, revelaram outras reportagens também publicadas pela revista Journal of the American Medical Association. Segundo uma análise de vários estudos anteriores sobre a situação dos refugiados, os que continuavam em seus países ao invés de emigrar sofreram problemas mentais relativamente piores. 

E os refugiados do sexo feminino apresentavam mais distúrbios que os do sexo masculino, disse o autor do estudo, Mathew Porter, do Columbia Presbyterian Medical Center (EUA). 

Outra pesquisa descreveu o impacto devastador sofrido por mulheres de Ruanda estupradas e contaminadas pela Aids durante o genocídio ocorrido no país. 

O estudo com 490 cambojanos que moram na Califórnia descobriu que dois terços deles sofrem de estresse pós-traumático, metade, de depressão profunda e um em cada 20 tem problemas com álcool ou drogas. 

Menos de um terço deles não apresentou problema nenhum. 


Reuters

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