segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

África obtém avanços na solução de problemas regionais por meio de coordenação autônoma em 2008

A África é um ator importante no palco político mundial. Em 2008, o desenvolvimento econômico e o aumento do peso internacional da maioria dos países africanos reforçaram a determinação e confiança acerca da solução dos problemas regionais por meio de coordenação autônoma. Exemplos disso foram Quênia e Zimbábue, que superaram desafios políticos. Ouça agora a reportagem.

"Quero dizer aos membros do grupo 'celebridades africanas', ao ex-presidente da Tanzânia e a todos os quenianos que hoje concluímos as negociações da 3ª regra do acordo quadro assinado previamente, para encerrar a crise política do Quênia."

A declaração, do ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, foi feita no ato de fundação do governo de coalizão, após a coordenação do grupo de "celebridades africanas" liderado por ele no primeiro semestre deste ano. Logo depois, com a mediação do presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, os líderes dos principais partidos do Zimbábue assinaram o acordo de compartilhamento do poder e estabeleceram um governo de união nacional.

A solução dos problemas regionais por meio de coordenação autônoma é um sonho antigo da África. A solução das questões de Quênia e Zimbábue mostra um grande avanço do continente africano em direção à realização deste sonho. Entre os primeiros passos desse processo de solução das questões regionais, a União Africana (UA) desempenha um papel importante e demonstra firme decisão de defender e impulsionar a paz e a estabilidade do continente na promoção do diálogo político entre diferentes forças políticas de Quênia, Zimbábue e Congo e nas ações de manutenção de paz na Somália e no Sudão. O representante especial para a questão da Somália da UA, Nicolas Bwakira, disse:

"O continente africano já está dando mostras de sua união. Aproveitando nossa capacidade limitada, vamos a Somália, Congo para criar condições de paz, mas não para a manutenção de paz."

O desenvolvimento da África precisa do apoio da comunidade internacional, no entanto, isto não significa ignorar as particularidades dos vários países africanos. Annan chegou no dia 22 de janeiro a Nairóbi, capital do Quênia, para mediar a crise política do país. Ele afirmou:
"Não trazemos uma proposta conosco, mas vamos encontrar uma solução para o Quênia, o povo queniano e a África. Viemos aqui para ouvir, aprender e cooperar com as partes competentes e buscar uma saída justa e permanente para a atual crise."

O conselheiro da ONU para os assuntos humanitários e representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Quênia, Aneneas Chuma, considera que, na ajuda ao continente, a comunidade internacional deve focalizar a elevação da capacidade da África para resolver seus próprios problemas.

"Acho que, antes de tudo, os problemas africanos devem ser resolvidos pelo próprio continente. As personalidades estrangeiras, a ONU, os países doadores e as organizações internacionais devem ser as últimas escolhas. A comunidade internacional deve oferecer ajuda e trazer mudanças para a África."

Desde organização para a reunificação da África e o projeto de novos parceiros do desenvolvimento africano, até o mecanismo de segurança comum, líderes africanos de várias gerações se dedicaram a construir uma África unificada e forte e reforçar a capacidade do continente na solução dos assuntos internos. Em 2008, o sucesso da solução das questões regionais africanas por meio de coordenação autônoma mostra um sinal de esperança para os países africanos e o mundo todo. O professor da Universidade de Nairóbi, Patrick Maluki, assinalou:

"Quando falamos de conflitos, a África não é especial. O problema é como nós tratamos isto. Por isso, temos de reforçar a construção da própria capacidade. Temos recursos humanos, pessoas experientes neste aspecto, excelentes mediadores e negociadores. O sucesso de Annan no Quênia é bom exemplo para nós e vemos esperança nisso. De fato, a África é uma esperança para o mundo."

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