sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Diretor da OMC: 'não devemos renunciar a alternativas ao capitalismo'

PARIS, 7 Jan 2009 (AFP) - O diretor geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, estimou nesta quarta-feira que o mundo deve insistir na busca de alternativas ao capitalismo.

"Meu princípio é que não devemos renunciar a alternativas ao capitalismo. Não é porque até agora não encontramos outro sistema - e isso deve ser reconhecido de maneira realista - que não podemos continuar tentando, pois este sistema é, de todo modo, muito injusto", declarou Lamy, membro do Partido Socialista.

"Devemos reconhecer que este sistema criou injustiça, e isso sabemos há 200 anos, desde sua grande fase de expansão no século XIX, e merece ser modificado. No entanto, precisamos ser realistas, todas as tentativas de mudá-lo fracassaram. Então, enquanto esperamos, enquanto refletimos e tentamos, é preciso melhorá-lo, corrigi-lo e controlá-lo", acrescentou.

Lamy, que é o único candidato à sua sucessão como diretor-geral da OMC, afirmou ainda que, em resposta a um "capitalismo globalizado", é necessária uma "regulação a nível mundial".

A crise financeira, por sua vez, se deve a um "furo na regulação internacional", segundo Lamy, e serão necessários "cinco ou seis anos" para "criar uma regulação".

"A curto prazo", estimou, "não há mais soluções além dos planos de reativação", mas "devemos ter o cuidado de não aumentar os furos nos déficits públicos, que dificilmente poderão ser sanados".

Pascal Lamy participará do encontro "Novo mundo, novo capitalismo", que começa na quinta-feira em Paris para discutir vias de regulação do capitalismo mundial no contexto da crise financeira.

O presidente e o primeiro-ministro franceses, Nicolas Sarkozy e François Fillon, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o ex-premiê britânico, Tony Blair, também estarão presentes no encontro.

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