terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Suu Kyi demanda libertação de prisioneiros

Aung Suu Kyi, a líder presa da oposição de Mianmar, disse que todos os prisioneiros políticos devem ser libertados como uma pré-condição para qualquer visita ao país pelo secretário-geral da ONU.

Uma visita de Ban Ki-Moon tem sido considerada como uma possível maneira de trazer as discussões sobre reforma política entre a oposição do país e os militares no poder de volta à vida.

Mas em um encontro na segunda-feira com Ibrahim Gambari, o enviado especial da ONU a Mianmar, Aung San Suu Kyi afirmou que a libertação de todos os prisioneiros políticos era um "requerimento mínimo" para que quaisquer discussões prosseguissem.

A líder da oposição e nomeada ao prêmio Nobel da paz está mantida sob prisão domiciliar pela maior parte dos últimos 19 anos.

As discussões de segunda com Gambari foram consideradas como o primeiro contato que Aung San Suu Kyi já teve com alguém que não fosse de Mianmar desde que ela o conheceu em Março do ano passado.

Ao comentar sobre o encontro, um porta-voz do partido de oposição de Aung San Suu Kyi, a National League for Democracy, disse que ela teria explicado a Gambari que estaria "pronta e disposta a encontrar qualquer um, mas ela não poderia aceitar ter uma reunião sem conseguir nenhum resultado."

As discussões com Gambari aconteceram á portas fechadas na manhã de Segunda-feira em uma pensão governamental em Yangon, a ex capital de Mianmar.

Poucos outros detalges foram dados da reunião, que durou por aproximadamente uma hora.

Pressão

A visita de Gambari é a sua sétima a Mianmar e chega sob crescente frustração para com a falta de progresso da ONU em reconciliar a oposição e o governo militar.

Durante a última visita de Gambari em Agosto de 2008, Aung San Suu Kyi se recusou a encontrá-lo, dizendo que seus esforços para trazer uma reforma polítia a Mianmar não teriam dado nenhum sinal de avanço.

Dessa vez, porém, ela disse que estava preparada para uma reunião com ele se o mesmo aumentasse a pressão nos generais que estão no poder.

Na Quinta-feira, o quarto dia de sua visita, Gambari está programado para viajar para a remota nova capitaç de Mianmar, Naypyidaw, para encontros com oficiais militares sênior.

Não está claro, porém, se ele vai se encontrar com o recluso líder, o General Sênior Than Shwe.

Funcionários da ONU disseram que nessa visita, Gambari gostaria de ter "discussões significantes" com todos os partidos, inclusive conversas sobre a enfraquecida economia do país.

Apesar de ter terras férteis, petróleo, e reservas minerais em abundância, Mianmar é um dos mais pobres país do sudeste asiático. O país ainda está lutando para se recuperar do impacto do ciclone Nargis de Maio passado, que matou aproximadamente 146 mil pessoas.

Depos do encontro com Aung San Suu Kyi, Gambari iria viajar para a cidade de Lambutta mais tarde na Segunda, um dos lugares mais fortemente atingidos pelo ciclone.

O "Caminho das Pedras" da democracia

Durante o fim de semana, Gambari se encontrou com líderes do governo, pedindo a libertação dos prisioneiros políticos e a volta de dialogos com a oposição.

Os militares tem governado Mianmar desde 1962 e afirmam estar seguindo o seu próprio "Caminho das Pedras para a democracia", que que ia culminar em eventuais eleições para um novo parlamento nacional.

Os grupos de oposição tem considerado o caminho das pedras como uma farsa, porque ele barra Aung San Suu Kyi e outros líderes da oposição de conseguirem posições no governo, e garante que o balanço de poder permaneça nas mãos dos militares.

Aung San Suu Kyi liderou a sua National League for Democracy para a vitória nas eleições nacionais de 1990, mas o governo militar ignorou os resultados e a tem mantido sob prisão domiciliar pela maior parte dos anos seguintes.

Fonte: Al Jazeera English

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