sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Conheça... O UN CYBERSCHOOL BUS



Esse post foi em homenagem ao nosso Vice-Secretário Acadêmico, Thiago Scot, que é um super fã dessa ferramenta. Considerando um dos trabalhos mais importantes do Departamento de Informação Pública da ONU, quiçá de toda a organização.






Se  você está lendo isso, você está conectado, está interessado em paz e procura na web por informações. Ativistas de direitos humanos sabem disso, e – cada vez mais – as Nações Unidas também. Bem-vindo ao universo dos materiais para ensino gratuitos e disponíveis para download, voltados para educadores e estudantes de todo o planeta, sobre os temas mais em voga no mundo.


Nesse contexto, nasceu o site Cyberschoolbus, um portal da ONU descrito como um projeto de ensino e aprendizado global, que oferece currículos para professores sobre uma série de assuntos, como educação para a paz, direitos humanos, a fome no mundo, controle de armas e desarmamento, entre outros.


O portal foi lançado recentemente, coincidindo propositadamente com a 3ª Reunião Bienal de Estados para avaliação do Programa de Ação da ONU sobre Armas Pequenas e Leves, em Nova York. Com ele, a ONU lançou seu novo currículo sobre desarmamento, criado pelo professor Peter Lucas, da Universidade de Nova York, e um currículo sobre não-proliferação de armas nucleares, criado por Kathleen Sullivan, uma educadora para a paz ativa nos EUA e no Japão. O material dará apoio a educadores – do ensino fundamental aos primeiros anos da faculdade. Não se deve esperar, entretanto, encontrar toneladas de papel para imprimir. A educação online é, antes de mais nada, interativa e informativa.


E educação online também significa tráfego pesado: de acordo com o autor do currículo de Desarmamento – Peter Lucas –, ambos os currículos tiveram uma média de 500 mil visitantes por mês. Visitantes que, segundo Lucas, conectam-se e permanecem no site por mais tempo, fazendo diversas atividades. “Os visitantes vêm de todo o mundo: Europa, África do Sul, do Hemisfério Sul”, diz Lucas.


O portal originou-se no Departamento de Assuntos de Desarmamento da ONU, que deve promover atividades educacionais como parte do seu mandato. A idéia geral nas Nações Unidas, contudo, é cada vez mais injetar essas atividades em todas as partes da ONU.


Da sua parte, Lucas é claro quanto ao objetivo do seu currículo: “Não queremos fazer a cabeça de ninguém. O que nós de fato oferecemos aos educadores e estudantes são ferramentas para que eles mesmos possam reunir e utilizar a informação”, explica.


O professor acrescenta que, além da missão de informar, a sua tarefa como educador é estar à altura do desafio de atrair uma geração que está crescendo já acostumada com as novas mídias. “Devemos nos lembrar do papel dos meios de comunicação. Penso que, hoje, a consciência crítica e a transformação social dependem do acesso às novas tecnologias midiáticas, do livre intercâmbio de idéias e informação, de um pleno acesso ao conhecimento. Hoje, nós cada vez mais acessamos o conhecimento através da tecnologia e novas mídias... Também se trata de atrair os jovens esteticamente”, diz Lucas.

Escreva para um Hibakusha, elabore um ‘mapa de opinião’


O portal da ONU oferece um “kit” de ferramentas para educadores, como atividades em sala de aula que mostram aos professores como elaborar, por exemplo, um “mapa de opinião” entre os estudantes de uma classe, oferecendo aos estudantes a chance de aprender a ouvir não apenas opiniões divergentes, mas também variadas intensidades de emoção. Existem até workshops com fotos para impressão, com material cedido através de uma parceria com a agência Magnum Photos.


A seção do portal dedicada à não-proliferação de armas nucleares oferece – além de informação – uma ligação com um grupo de pessoas de que raramente se ouve falar: os “Hibakusha” – ou sobreviventes do bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki.


Paz não é sempre um tópico fácil de se tratar em sala de aula, mas isso está previsto no “kit” de ferramentas do portal. Os criadores dos currículos não visam a um consenso; em vez disso, o objetivo é ampliar o conhecimento sobre as questões em jogo.


Em relação à questão das armas pequenas e leves, por exemplo, os três planos de ensino abrangem o porquê de existir um desejo por armas, como elas são estocadas e transferidas – num total de quinze lições que atravessam o currículo num período estimado de um mês.


“Nosso foco são os educadores, não os alunos, mas aqueles são encorajados a escolher livremente quais os elementos que melhor se adequam”, diz Lucas, enfatizando que o objetivo do currículo não é impor opiniões. “Se houver um jovem que, antes de começarem as aulas, sinta que ele ou ela tem o direito de ter armas, ele pode cumprir todo o currículo e, no final, continuar com as mesmas posições sobre o assunto. É possível, entretanto, que o jovem pense diferente sobre o tráfico ilegal de armas e a violência associada a ele”, exemplifica.


Desde os anos noventa, o inglês é a língua das ONGs


“O inglês tem se tornado o idioma da sociedade civil”, acredita Lucas. “Desde a Eco Rio 92 - quando um número sem precedentes de chefes de estado e membros de ONGs se reuniram -, o inglês se tornou a lingua franca dos ativistas de paz e direitos humanos”, explica ele, observando que foi somente nos anos 90 que os direitos humanos começaram a sair do círculo das escolas de Direito, e também que o uso de filmes, fotografias e novas mídias ganhou importância na educação.


“Já que é imperativo que pensemos no futuro – e a ONU tem essa preocupação -, é necessário alcançar os educadores. Devemos ajudar as pessoas a entender – por exemplo – a diferença entre fazer paz, construir a paz e manter a paz”, afirma o educador.


Tradução: Bernardo Tonasse


No Comunidade Segura:

Paz positiva, uma revolução da mente

Leia mais:

The United Nation's Cyberschoolbus (em várias línguas)

The Disarmament and Non Proliferaton Portal (em inglês)

Um comentário:

Anônimo disse...

After all, who doesn't love the UN and the Cyberschool Bus?