domingo, 8 de fevereiro de 2009

Reportagem do MIRIN no G1

Trazendo a reportagem do G1 pra cá, lembrando que isso foi na época do IV MIRIN, mas lembrar não custa nada:



Alunos de ensino médio vão simular reunião da ONU

Estudantes de diversos países podem se inscrever. 391 alunos são esperados para representar delegações.

Jovens que cursam o ensino médio vão poder "fingir" que estão em uma assembléia da Organizações das Nações Unidas (ONU). A oportunidade faz parte do IV Modelo Intercolegial de Relações Internacionais (Mirin), organizado por estudantes do curso de relações internacionais da PUC-Rio, que vai acontecer de 23 a 27 de julho deste ano, no campus da universidade.

Reuniões de organismos internacionais vão ser simuladas no evento, sendo que os próprios alunos vão ter que ditar os rumos das discussões. São 319 vagas disponíveis. Neste ano, serão também aceitos estudantes de outros países, que estejam cursando o equivalente ao ensino médio brasileiro. Os jovens vão poder representar delegações de 92 países e quatro ONGs.

Os estudantes vão simular o ponto de vista do país que representam nas discussões. “É construção de cidadania. Discutir questões mundiais muito importantes que vão ter um impacto nas nossas vidas”, resume o secretário-geral do Mirin, Daniel Woodrow, de 22 anos, aluno do 7º período de relações internacionais.

Os organizadores escreveram oito guias de estudo para introduzir os temas de discussão de cada comitê para os participantes sob supervisão de professores do curso de relações internacionais da PUC. Cada orientação diz respeito a um dos oito comitês de discussão. Um dos mais concorridos é o comitê do Conselho de Segurança da ONU. Nesse comitê, dois alunos de cada país, com representação no Conselho de Segurança, vão discutir os testes nucleares da Coréia do Norte.

Aprendizado

Os professores de ensino médio orientam seus alunos com sugestões de livros para pesquisa. Na hora de redigir o documento final com as resoluções aprovadas por cada comitê, os universitários também fazem supervisão. Os professores não pagam pela inscrição e ainda podem participar de um workshop sobre relações internacionais ministrado pelos docentes da PUC-Rio.

O professor de história Marcelo Rangel, participante do evento desde a criação em 2004, diz que os jovens aprendem muito com o Mirin. “O grande mérito é fazer com que os alunos que participam do projeto sejam desafiados a buscar as informações. O professor apenas organiza e tira algumas dúvidas do que vai ser estudado”, explica.

Rangel define ainda o tipo de aluno que participa da simulação. “Dificilmente você vê uma pessoa ir a um evento desses para cumprir tabela. Que tipo de adolescente abre mão das férias para ir de terno e gravata para a PUC discutir política internacional da Coréia?”, argumenta.

As discussões são realizadas de acordo com as normas da ONU. “As regras do debate são impressionantes. Tem mais decoro que o parlamento brasileiro, e são estudantes de ensino médio. Existem contradições, debates acalorados, mas com um respeito que é impressionante. Os alunos voltam de uma forma distinta. Não ficam mais em sala para brincar”, elogia o professor Rangel.


Da simulação para a escolha profissional

Apesar de não ser somente uma oportunidade para alunos interessados na carreira diplomática, há casos de estudantes que se decidiram pela profissão depois de participar do evento. O estudante Thiago Scot, de 20 anos, está no 4º período do curso de relações internacionais na PUC-Rio, e disse que teve certeza da escolha, quando participou da primeira edição em 2004 quando era aluno do 3º ano do ensino médio. "As simulações me ajudaram a ter certeza de que era o que queria. Decidi me inscrever no curso pelo contato com os alunos da graduação, quando vi como era o curso", afirma Scot, que neste ano, é um dos diretores do comitê Organização dos Estados Americanos Histórica, que vai simular a reunião dos Ministros de Relações Exteriores sobre a situação do Haiti.

O universitário destaca a importância do evento para interessados nas mais variadas profissões. "São temas sempre relevantes. A experiência de oratória e argumentação é um crescimento enorme para pessoa. Tenho amigos de engenharia e publicidade que já participaram", explica o aluno.

A utilidade para as mais diversas escolhas profissionais também é destacada pelo professor Marcelo Rangel. "Os alunos candidatos de medicina podem debater questões da Organização Mundial de Saúde (OMS). Debater emergências sanitárias dentro de uma zona de conflito. Só agrega valor à vida acadêmica", justifica.

Inscrições

As inscrições podem ser feitas até o dia 22 de junho. Até 18 de maio, custam R$ 90. A partir desta data, o preço sobe para R$100. Veja as instruções aqui. Segundo o secretário-geral do Mirin, Daniel Woodrow, foram preenchidas 25% (quase 80) das 319 vagas só na primeira semana. A tendência, segundo ele, é que todas sejam preenchidas antes do término das inscrições.

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