Por Robin Paxton e Sabina Zawadzki
MOSCOU/KIEV (Reuters) - A União Européia programou conversações com a Rússia para pressionar por uma resolução rápida de uma disputa com a Ucrânia que vem prejudicando o fornecimento de gás a países do sul e leste da Europa, que enfrentam temperaturas geladas.
A empresa russa que detém o monopólio do gás no país, Gazprom, cortou o suprimento de gás à Ucrânia em 1o de janeiro, devido a uma disputa sobre dívidas e preços que não dá sinais de chegar ao fim.
A iniciativa preocupa alguns países europeus, que recebem um quinto de seu gás de gasodutos que atravessam a Ucrânia.
Uma missão de investigação de fatos da UE vai se reunir com representantes da Gazprom na terça-feira, apesar de não haver perigo imediato aos consumidores da UE decorrente da disputa, disse um porta-voz da Comissão da UE.
A Comissão disse que a reunião acontecerá numa capital européia, mas o local ainda não foi confirmado.
"Como somos o mercado principal para o gás russo ... temos interesse evidente em pressionar as partes para chegarem o mais rapidamente possível a um acordo que seja definitivo", disse Johannes Laitenberger.
Empresas de energia disseram que os problemas no fornecimento de gás, que já tinham atingido a Turquia, Polônia, Romênia, Bulgária e Hungria, chegaram à Croácia e à Grécia na segunda-feira.
Um representante da empresa de gás grega DEPA disse à Reuters: "Fomos informados hoje de que vamos receber apenas 4 milhões de metros cúbicos de gás natural da Rússia, quando havíamos pedido 6 milhões de metros cúbicos."
Na República Tcheca, que ocupa a presidência rotatória da UE, o fornecimento de gás diminuiu no fim de semana, mas voltou ao normal na segunda, de acordo com a principal fornecedora do país.
A disputa do gás, que espelha outra crise semelhante de três anos atrás que prejudicou o fornecimento à Europa via Ucrânia, ameaça os laços de Moscou com o Ocidente, já sob tensão devido à guerra de Moscou com a Geórgia em agosto.
O Kremlin se opõe há muito tempo à ambição da Ucrânia de ingressar na Otan, e alguns políticos ocidentais enxergam paralelos entre o conflito na Geórgia e o tratamento dado pela Rússia à Ucrânia.
O executivo-chefe da Gazprom, Alexei Miller, vai se reunir na segunda-feira com o premiê russo, Vladimir Putin, para discutir a disputa, disse uma porta-voz do governo.
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