Phnom Penh, 26 jul (EFE).- O governo militar do Camboja anunciou hoje, segunda-feira, que cooperará, dentro de condições, com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) para resolver o problema dos refugiados vietnamitas no norte do país.
O ministro de Exteriores cambojano, Khieu Thavikia, disse em entrevista coletiva em Phnom Penh que a cooperação com o Acnur terá três condições. "Primeiro, permitiremos que o Acnur faça seu trabalho em relação aos 'montagnard' (nome de uma das etnias minoritárias da planície central vietnamita), tarefa para a qual dispõem de um mês a partir da chegada hoje a Phnom Penh do primeiro grupo de supostos refugiados", disse o ministro.
Passado um mês, o imigrante será devolvido ao Vietnã, acrescentou Thavika, explicando que em casos especiais o período pode ser ampliado. "Em segundo lugar, na próxima vez que um 'montagnard' chegar, queremos que a Acnur lhe pergunte sobre asilo político ou se desejam viajar para um outro país devido a problemas econômicos. Caso se deva a problemas econômicos e não políticos, não permitiremos." Como terceira condição, o ministro disse que não será permitido que organizações não-governamentais (ONG) participem dos trabalhos com os refugiados, e ressaltou que "só a Acnur tem o direito de trabalhar com os 'montagnard'".
Em relação ao último ponto, o ministro comentou que o governo acha que algumas ONGs operaram sem transparência "para atrair os 'montagnard', e que fizeram isso com motivação política".
As minorias étnicas da região central do Vietnã realizaram um protesto em massa a favor de seus direitos há dois anos, que foi reprimido com violência, e no mês de abril voltaram a se manifestar.
Segundo essas comunidades, o governo vietnamita as marginaliza, rouba suas terras e não as deixa praticar suas crenças, já que muitas professam o cristianismo.
Os grupos internacionais de defesa dos direitos humanos denunciaram que membros dessas minorias, a maioria cristãos, são perseguidos e seus direitos são desrespeitados no Vietnã. O regime de Hanói, por sua vez, acha que os problemas são provocados pela dissidência que atua do exterior.
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