sábado, 28 de março de 2009

Unesco debate clonagem humana

2008-10-29

Outra questão em debate prende-se com a responsabilidade social e a saúde

Espera-se declaração que proíba clonagem para fins reprodutivos

A clonagem humana e a possibilidade de elaboração de uma declaração que proíba a clonagem humana para fins reprodutivos vão estar em debate nos próximos dias em Paris, no âmbito da UNESCO. Segundo Ana Sofia Carvalho, que representa Portugal nas discussões, o debate segue-se à aprovação, no ano passado, de um relatório sobre clonagem humana pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade das Nações Unidas.

"A questão é pouco consensual, sobretudo devido à ligação entre a clonagem dita reprodutiva e a não reprodutiva", explicou a directora da Unidade de Bioética da Universidade Católica e assessora do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.


A Declaração Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos, em 1997, considerava a clonagem com fins reprodutivos uma prática "contrária à dignidade humana", mas a comunidade científica tem defendido desde então um tratamento diferente para a clonagem terapêutica. Em causa está saber-se se os desenvolvimentos científicos, éticos, sociais, políticos e jurídicos dos últimos anos sobre clonagem humana justificam uma nova iniciativa a nível internacional, ou, em vez disso, o lançamento de uma análise ética e científica da questão da clonagem humana.

Outra questão em debate prende-se com a responsabilidade social e a saúde, na sequência da aprovação da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, em 2005. Trata-se também de um tema bastante complexo, segundo Ana Sofia Carvalho, que elaborará um relatório da reunião para o Ministério da Saúde/Alto Comissariado para a Saúde. E isso porque "vivemos em sociedades multiculturais, com valores muito diferentes e que implicam a uma maior responsabilização da parte dos governos".

Estes temas serão abordados a partir de hoje pelo Comité Internacional de Bioética da UNESCO, composto por peritos independentes, a que se seguirá na sexta-feira uma reunião conjunta com o Comité Intergovernamental de Bioética, constituído por representantes de 36 países membros.

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