sábado, 28 de março de 2009

Rússia e Geórgia em guerra pela posse da Ossétia do Sul

Conflito. Russos e e georgianos entraram em guerra pelo domínio de Ossétia do Sul, um ex-território soviético que em 1992 proclamou a independência, não reconhecida internacionalmente. Tropa da Geórgia ocupou a capital, Tskhinvali, provocando mais de 1400 mortos. Putin já prometeu vingança

Ataque georgiano provoca mais de 1400 mortos

Em dia de arranque dos Jogos Olímpicos, o Cáucaso tornou-se a zona mais perigosa do globo. Tropas russas e georgianas confrontaram-se ontem na Ossétia do Sul, uma região separatista da Geórgia que em 1990 quebrou os laços políticos com Tbilissi, com o tácito apoio de Moscovo, embora a independência não seja reconhecida pela comunidade internacional. A capital da Ossétia do Sul, Tskhinvali, foi palco de violentos confrontos entre as forças de artilharia da Geórgia e os militares russos ali estacionados para garantir o cumprimento dos precários acordos de paz assinados pelos dois países.

Logo pela manhã, dezenas de feridos em estado grave começaram a chegar aos hospitais de Tskhinvali após a ofensiva dos tanques georgianos, apoiados por aviões. Pelo menos dez soldados russos foram mortos neste ataque. Ao princípio da noite, quase todo o território da Ossétia do Sul estava ocupado pelos georgianos. Muitos bairros da capital tinham sido destruídos e havia mais de 1400 mortos, segundo revelou o Presidente ossetiano, Eduard Kokoity.

Numa mensagem televisiva, o Presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, anunciou a mobilização geral das forças armadas, provocada, segundo alegou, pela invasão do espaço aéreo do país por caças russos. Na sua versão, a tropa georgiana limitou-se a responder a uma ofensiva de Moscovo, que desde 1992 incentiva o separatismo da Ossétia do Sul e da Abcásia, outra região georgiana que reclama a independência.

O primeiro-ministro da Geórgia, Vladimir Gurguenidze, acentuou que o seu exército "prosseguirá a intervenção até restabelecer a paz", perturbada pela invasão maciça de voluntários da Ossétia do Norte - território russo - que pretendem anexar os vizinhos do sul. Em Pequim, o primeiro-ministro russo não tardou a reagir. "A agressão da Geórgia vai suscitar represálias", advertiu Vladimir Putin. O Presidente Dmitri Medvedev foi ainda mais explícito: Moscovo "não deixará impune" a morte de nenhum russo, seja onde for. A maioria dos habitantes da Ossétia do Sul tem passaporte russo.

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