domingo, 12 de abril de 2009

MSF retirará efetivos de Darfur após sequestro de funcionários

Bruxelas, 12 mar (EFE).- A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) da Bélgica anunciou hoje que retirará todos seus efetivos da região sudanesa de Darfur, após o sequestro na quarta-feira à noite de cinco funcionários.

"Só permanecerá na área o pessoal estritamente necessário, para facilitar a libertação dos sequestrados", afirmou, em entrevista coletiva, o diretor-geral da MSF Bélgica, Christopher Stokes.

Stokes disse que a MSF tinha cerca de 60 funcionários estrangeiros na região, mas cerca de metade - das seções francesa e holandesa - deixaram o país na semana passada, por causa da decisão sudanesa de expulsar as organizações humanitárias.

O presidente sudanês, Omar al-Bashir, respondeu assim à ordem de detenção emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em 4 de março, na qual acusava o líder de crimes de guerra e lesa-humanidade em Darfur.

De acordo com Stokes, os trabalhadores que continuam no terreno têm permissão para trabalhar na área, mas, mesmo assim, serão transferidos a Cartum.

O diretor de operações da MSF na região, Stephan Goetghebuer, informou que um grupo armado entrou às 2h50 de Brasília no acampamento da organização tem em Sherif Umra, na província sudanesa de Darfur Norte, e levou em um carro cinco trabalhadores (dois sudaneses, um coordenador francês, um médico italiano e uma enfermeira canadense).

Um dos trabalhadores sudaneses foi libertado uma hora depois, 20 quilômetros ao noroeste de Sherif Umra, e o segundo, após outra hora, a uma distância semelhante de onde ocorreu a primeira libertação.

Os três membros da MSF que continuam sequestrados estão "juntos, em bom estado, receberam comida e foram bem tratados", disse à organização um dos sequestrados, o cooperante francês, com quem conseguiram se comunicar.

Sobre o motivo do sequestro, a MSF disse que não pode confirmar nem desmentir que seja por motivos econômicos, como alegam as autoridades sudanesas, e disse que a organização nunca tinha sofrido incidentes deste tipo na região. EFE

Nenhum comentário: