sexta-feira, 6 de março de 2009

HRW lança campanha contra utilização de crianças-soldado

Nações Unidas, 12 fev (EFE).- A ONG Human Rights Watch (HRW) lançou hoje a Campanha Mãos Vermelhas, na qual pede aos países e à ONU que aumentem seus esforços para acabar com a utilização de crianças-soldado em conflitos.


A HRW lembrou hoje que há um tratado na ONU, ratificado por 126 países, que proíbe o recrutamento e o uso forçado de menores de 18 anos em conflitos armados.


"Jovens de todo o mundo uniram forças para manifestar sua indignação porque meninos e meninas continuam sendo usadas para combater em guerras", disse uma das organizadoras da campanha na HRW, Jo Becker.


A especialista ressaltou que a iniciativa busca "um maior compromisso dos líderes mundiais com o fim desta prática", que ainda ocorre em 15 países ou territórios, inclusive em alguns daqueles que ratificaram o tratado.


Os países ou territórios nos quais crianças ainda combatem são: Afeganistão, Mianmar, Chade, Colômbia, Filipinas, Índia, Iraque, República Centro-Africana, República Democrática do Congo (RDC), Somália, Sri Lanka, Sudão, Tailândia, territórios palestinos ocupados e Uganda.


Além disso, oito Governos - Mianmar, Chade, Índia, RDC, Ruanda, Sri Lanka, Sudão e Uganda - assinaram o tratado, mas continuam utilizando crianças em suas forças armadas ou apóiam grupos armados que recrutam menores em seus territórios ou em Estados vizinhos.


Em apoio à campanha, um grupo de ex-crianças-soldado e outros jovens de diferentes partes do mundo apresentaram hoje milhares de "mãos vermelhas" simbólicas ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, de quem cobraram ações mais contundentes contra o problema.


"O recrutamento forçado e o uso de crianças-soldado é um dos mais horríveis abusos dos direitos humanos hoje em dia", disse Ban, que lamentou o fato de milhares de crianças serem exploradas e se verem obrigadas a suportar a violência.


A HRW informou que jovens de 101 países recolheram mais de 250 mil "mãos vermelhas", o símbolo dos esforços internacionais pela erradicação das crianças-soldado, para apoiar a campanha. EFE

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