WASHINGTON - O Banco Mundial clamou às nações desenvolvidas e em desenvolvimento integrantes do G20 que fortaleçam suas posições contra o protecionismo, concordando em relatar qualquer caso de novo subsídio ou restrição comercial à Organização Mundial do Comércio (OMC), a cada três meses.
"O isolacionismo econômico pode levar a uma espiral negativa de eventos como vimos na década de 1930, que tornou a situação muito, muito pior", afirmou o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. A instituição observou ainda que os países do G20 adotaram 47 novas restrições comerciais desde que prometeram evitar o protecionismo.
Líderes do G20, em encontro em Washington em novembro, em meio à crescente crise financeira global, prometeram não impor nenhuma nova medida de restrição ao comércio por 12 meses. Mas desde então 17 membros do G20 e outros países implementaram um total de 47 medidas que restringem o comércio, mostrou o relatório de acordo com o banco. O aumento de tarifas responde por cerca de um terço das novas medidas, que incluem a elevação, pela Rússia, de taxas para automóveis usados, além de maiores tarifas pelo Equador para mais de 600 itens, disse o banco.
A Argentina impôs novas "barreiras não-tarifárias" à importações de peças para automóveis, têxteis, TVs, brinquedos, calçados e artigos em couro, e a Indonésia anunciou que a entrada de certos produtos estrangeiros --incluindo vestuário, calçados, brinquedos, eletrônicos, alimentos e bebidas-- será permitida apenas por cinco portos e aeroportos, segundo o banco.
"Subsídios propostos para a indústria automobilística se espalharam e chegam a cerca de 48 bilhões de dólares em todo o mundo, grande parte (42,7 bilhões de dólares) em países ricos", disse o banco.
Isso inclui um subsídio direto dos EUA de 17,4 bilhões de dólares a suas três grandes montadoras e outros subsídios oferecidos pelo Canadá, França, Alemanha, Reino Unido, China, Argentia, Brasil, Suécia e Itália, disse o banco.
No próximo encontro dos líderes do G20 em Londres no início de abril, países deveriam se comprometer em entregar à Organização Mundial do Comércio relatórios trimestrais sobre novas restrições ao comércio e subsídios agrícolas e industriais, afirmou o banco.
(Reportagem de Doug Palmer)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário