Viagens a Genebra, política comerciais, discussões econômicas e muito dinheiro. Se isso te parece interessante, a OMC é o lugar pra você! Pragmáticos, keynesianistas, neoliberalistas, todos unidos tentando chegar uma conclusão sobre quais são os melhores rumos pro comércio e como cooperar, sem perder... E acreditem, não é fácil. Reuniremos os melhores negociadores do mundo... Vocês.
OMC
Organização Mundial do Comércio
Novos Caminhos na Liberalização de Agricultura e Bens Industriais
Diretores:
Bruno Lobo Torres Bittencourt da Motta
Renata Bechara de Araújo
Email: OMC@mirin-puc.com
O comércio internacional está intimamente ligado com as questões do desenvolvimento econômico. O debate entre livre comércio e protecionismo comercial vem de longa data e demonstra a complexidade em se criar regras para o comércio internacional, nos mais diferentes setores, frente aos interesses domésticos de cada um dos países envolvidos nas negociações.
Ainda que o embate de interesses seja uma constante nas negociações comerciais internacionais, é sensato afirmar que há um amplo consenso sobre a necessidade de se criar regras conjuntas para o comércio internacional, a fim de maximizar os ganhos gerados pelo comércio e promover o desenvolvimento econômico e social das nações.
É neste contexto que se coloca o debate proposto para esta VII Conferência Interministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), órgão inicialmente pensado na Conferência de Bretton Woods (1944) e efetivamente criado ao fim da chamada Rodada Uruguai do GATT (General Agreement on Trade and Tariffs), em 1995. Tendo como objetivo fundamental supervisionar as regras e liberalizar o comércio internacional, as recentes negociações na OMC vêm frisando a importância do comércio como meio de desenvolvimento para as nações menos favorecidas do globo.
Desde 2001, com a Quarta Conferência Interministerial em Doha, os membros da OMC vêm negociando o conjunto de regras que deverá substituir aquelas acordadas ao fim da Rodada do Uruguai. A Rodada Doha – ou Rodada do Desenvolvimento, como é conhecida -, ainda está em aberto, uma vez que questões delicadas ainda encontram-se em debate, impedindo o consenso necessário entre os membros para que uma resolução seja aprovada. A crise financeira mundial e o crescente temor da intensificação de medidas protecionistas apenas reforçam a necessidade de se avançar nas negociações de liberalização comercial no nível multilateral. A mudança de governo nos EUA também deixa no ar a possibilidade de novos espaços de negociação.
Temas como subsídios à produção agrícola, acesso a mercados de bens industriais e defesa da propriedade intelectual são apenas alguns dos diversos pontos de divergência que ainda emperram o avanço das negociações da Rodada Doha. Enquanto países em desenvolvimento buscam remover as barreiras que impedem acesso de seus gêneros agrícolas ao mundo desenvolvido, os países desenvolvidos buscam garantir o acesso de seus bens industrializados aos gigantes mercados em desenvolvimento, assim como a defesa dos direitos de propriedade intelectual. Divisões simples, contudo, caem por terra quando potências econômicas em desenvolvimento como Brasil, Índia e China divergem entre si e por muitas vezes se distanciam das nações menos desenvolvidas.
A necessidade de se avançar as negociações de liberalização comercial na OMC é quase um consenso entre seus membros. As divergências e embates, contudo, são extensas. Desta forma, será esperado dos delegados dos países membros da OMC grande habilidade diplomática e conhecimento de seus interesses domésticos para que tal importante avanço possa ser concretizado em breve.
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