06 de outubro, 2007 - 11h35 GMT (08h35 Brasília)

Países da ONU discordam sobre Mianmar

Representantes de países ocidentais circularam um rascunho de uma declaração na ONU (Organização das Nações Unidas) condenando a “violenta repressão” de manifestações pró-democracia em Mianmar.

Os Estados Unidos, França e Grã-Bretanha pediram que o governo militar comece a dialogar imediatamente com líderes da oposição.

O embaixador americano na ONU, Zalmay Khalilzad, sugeriu ainda que vai buscar sanções contra Mianmar.

“Os Estados Unidos estão horrorizados pela repressão brutal que foi realizada pelo regime de Mianmar contra sua própria população”, disse Khalilzad ao Conselho de Segurança.

Sanções

Ele alertou que caso o governo militar birmanês não atenda às exigências da comunidade internacional, os Estados Unidos estão preparados para introduzir uma resolução impondo sanções contra o país.

Mas a China e a Rússia dizem que pressões deste tipo levarão apenas ao confronto e que os problemas em Mianmar são questões internas que não ameaçam a paz e a segurança internacionais.

O embaixador birmanês na ONU, Kyaw Tint Swe defendeu essa posição.

“Apesar dos trágicos eventos recentes, a situação em Mianmar não é, eu repito, não é, uma ameaça para a paz e a segurança regionais ou internacionais. Não é justificada nenhuma ação do Conselho de Segurança”, disse.

Repercussões

Mais cedo, o enviado especial da ONU a Mianmar, Ibrahim Gambari, alertou o governo militar país da possibilidade de “sérias repercussões internacionais” caso não comece a caminhar em direção à democracia.

Reportando ao Conselho de Segurança após uma visita de quatro dias ao país, ele também se disse preocupado com as prisões arbitrárias e abusos dos direitos humanos que estariam continuando a acontecer mesmo após o fim dos protestos.

Pelo menos dez pessoas foram mortas durante a repressão às manifestações da semana passada, mas Gambari disse que o número pode ser bem maior.

Grupos de defesa dos direitos humanos realizam neste sábado um dia internacional de protestos em apoio aos manifestantes de Mianmar.

Eventos estão previstos ao meio-dia (horários locais) na Áustria, Austrália, Bélgica, Canadá, França, Índia, Irlanda, Nova Zelândia, Noruega, Coréia do Sul, Espanha, Tailândia, Grã-Bretanha e Estados Unidos.