segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Sentenças de prisão para ativistas em Mianmar

BANGKOK — A liderança militar de Mianmar continuou com o expurgo para com os dissidentes na Quinta-feira, emitindo sentenças de prisão de 65 anos cada para 14 defensores da democracia, de acordo com notícias da região e relatórios em um web site para exilados. .

As sentenças vieram um dia após um blogger ser sentenciado em 20 anos de prisão por "perturbar a ordem pública", entre outras ofensas, reportou a The Associated Press.
As sentenças de Quinta-feira foram emitidas por juízes operando dentro do complexo da prisão de Inseins, aonde estão presos aproximadamente 2000 prisioneiros políticos. Membros da família falaram com repórteres em Yangon, a maior cidade do país, e disseram que eles e os advogados não tiveram permissão para entrar no tribunal.

O site Irrawaddy, com sede na Tailândia, listou o nome dos 14 defensores que receberam a senrença de 65 anos.

Alguns deles foram veteranos de um levante pró-democracia em 1988, que quase causou a derrubada dos líderes militares de Mianmar, ex-Birmânia. Os ativistas foram presos em Agosto de 2007, nos primeiros estágios de protestos que, mais tarde, se converteram em massivas demonstrações lideradas por monges, que foram violentamente reprimidas.

Parentes dos ativistas disseram que eles foram condenados sob uma grande gama de leis, como o "Foreign Exchange Act", que impede os Mianmenses de terem sob sua posse moeda extrangeira sem permissão. Outras leis supostamente utilizadas foram o "Video Act" e o "Eletronics Act", que exige os Mianmenses tenham uma permissão para se utilizar de vários tipos ordinários de equipamento eletrônico.

Um dos exemplos mais conhecidos do uso dessas leis foi a acusação de James Nichols em 1996, um cônsul honorário da Noruega, sentenciado a três anos de prisão por possuir um aparelho de fax sem permissão na sua casa em Yangon. Ele morreu na detenção alguns meses depois, em Abril de 1996. Analistas dizem que a real razão pela sua prisão era a sua amizade com Daw Aung San Suu Kyi, o líder pró-democracia que esta sob prisão domiciliar,

As punições para dissidentes tem sido cada vez mais duras recentemente, de acordo com Win Min, um expert em política Mianmense na Universidade Chiang Mai, no norte da Tailândia. A uma década atrás, uma sentença de 20 anos era considerada bem incomum, disse o Sr. Win Min.

Fonte: The New York Times, 11 de Novembro de 2008

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