segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Parlamento iraquiano vota sobre presença de tropas estrangeiras segunda-feira

BAGDÁ (AFP) — O Parlamento iraquiano vai votar na segunda-feira um mandato para que o governo assine acordos que permitam às tropas estrangeiras, exceto as americanas, permanecerem no Iraque depois de 31 de dezembro de 2008, indicaram neste domingo dois deputados iraquianos.

"O Parlamento iraquiano se pronunciará na manhã de segunda-feira sobre uma decisão que autorize o governo a assinar acordos com governos de países estrangeiros (exceto EUA), para fixar uma data de retirada que deverá ser antes de julho de 2009", declarou Ali Adib, vice-presidente da Aliança Unificada Iraquiana, o principal grupo parlamentar.

"O Parlamento votará amanhã para adotar uma decisão que dê autorização ao governo para resolver a presença de forças estrangeiras", confirmou à AFP Ahmed Nur, deputado da Aliança Curda, a segunda força parlamentar iraquiana.

O porta-voz da Frente Iraquiana da Concórdia (sunita), Salim Abdalá, explicou à AFP que a decisão já havia sido tomada, porque segunda-feira é o último dia de sessão do Parlamento.

No início, o governo iraquiano apresentou um projeto de lei sobre a retirada das tropas não americanas antes de 31 de julho de 2009. Com isso, queria cobrir legalmente a permanência dessas tropas no Iraque a partir de 31 de dezembro de 2008, data em que expira o mandato da ONU.

Mas o projeto de lei perdeu-se em confusão. Alguns deputados o rejeitaram, e outros afirmaram que a votação de segunda-feira pretende invalidar a sessão de quarta-feira, dedicada ao assunto, e na qual o presidente do Parlamento acabou insultando os deputados.

Finalmente, os deputados votarão em uma leitura um mandato que permita ao governo assinar diretamente acordos bilaterais com os países da coalizão que ainda têm tropas em solo iraquiano.

As tropas não americanas da coalizão são compostas principalmente por britânicos (4.100 soldados), embora também tenham em suas filas militares salvadorenhos, romenos, estonianos e australianos.

Os americanos, que representam 95% das forças da coalizão com seus 146.000 soldados, já assinaram um acordo bilateral com os iraquianos para permanecer no país árabe mais tempo e se retirar no final de 2011.

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