quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

República Tcheca, próxima a presidir a UE, apóia ofensiva israelense

da Reuters, em Praga

A República Tcheca, que assumirá a próxima Presidência rotativa da União Européia (UE) na quinta-feira (1º), apoiou a grande ofensiva militar de Israel contra alvos do movimento islâmico radical Hamas, na faixa de Gaza, que já deixam 340 mortos.

A defesa da ofensiva contradiz a opinião do Executivo da UE, que pediram também nesta terça-feira o fim dos ataques entre Hamas e Israel.

O ministro de Relações Exteriores tcheco, Karel Schwarzenberg, afirmou que Israel tem o direito de se defender. "Vamos pensar uma coisa: Hamas aumentou o número de foguetes lançados em Israel desde que a trégua acabou, em 19 de dezembro. Isso não é aceitável", disse Schwarzenberg, em entrevista.

Desde sábado (27), Israel lança bombardeios aéreos contra ao menos 16 pontos da faixa de Gaza em uma grande ofensiva contra o movimento radical islâmico Hamas. Os bombardeios já causaram mais de 340 mortes e deixaram ao menos 1.400 feridos.

Segundo Israel, a ofensiva é uma resposta à suposta violação --e lançamento de foguetes-- do Hamas da trégua de seis meses assinada com Israel e que acabou oficialmente no último dia 19. Trata-se da pior ofensiva realizada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Schwarzenberg, aliado fiel dos Estados Unidos, afirmou que Hamas se excluiu de um debate político sério graças aos ataques com foguetes contra território de Israel. O ministro tcheco culpou indiretamente o grupo pelo número crescente de mortos ao dizer que eles estabelecem suas bases e depósitos de armas em locais populosos.

"Por que eu sou um dos poucos que expressaram entendimento por Israel? Eu estou aproveitando a luxúria de dizer a verdade", disse Schwarzenberg.

O ministro tcheco afirmou, contudo, que quando o país assumir a Presidência rotativa da UE, tentará impor uma política que leve a paz na região. "Eu ficaria muito feliz de ajudar os palestinos".

Apesar da defesa de Israel, que vai contra os pedidos de cessar-fogo da comunidade internacional, Schwarzenberg diz que trabalharia como um mediador das negociações de paz na região e não defenderia nenhum lado.

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