quarta-feira, 29 de abril de 2009

Degelo dos Andes ao Ártico pode apressar pacto climático da ONU

Por Alister Doyle

TROMSOE, Noruega (Reuters) - O derretimento acelerado do gelo do Himalaia ao Círculo Polar Ártico é um sinal de alerta para que os governos trabalhem por um novo e forte tratado climático sob a chancela da Organização das Nações Unidas a fim de combater a mudança climática, disse o ex-vice presidente dos EUA Al Gore nesta terça- feira.

"O gelo está derretendo mais rápido do que as piores projeções de apenas alguns anos atrás no Ártico e na Groenlândia", disse Gore, que dividiu o prêmio Nobel da Paz de 2007 com o Painel Climático da ONU, durante conferência na Noruega sobre o degelo.

"O gelo também está derretendo na Antártida Ocidental e em regiões de montanha ao redor do mundo", acrescentou.

Na abertura de um encontro de dois dias com cientistas e oito países do Ártico na cidade de Tromsoe, no norte do país, o ministro das Relações Exteriores norueguês, Jonas Gahr Stoere, acrescentou que o gelo estava desaparecendo da terra ao redor do planeta com o aumento das temperaturas e o aumento do nível dos oceanos.

"Esse é um fenômeno global refletindo o aquecimento global", afirmou ele em uma entrevista coletiva, referindo-se ao degelo em locais como "o Himalaia, os Alpes, os Andes, Kilimanjaro, Groenlândia, Pólo Sul ou Pólo Norte".

Stoere afirmou que ele e Al Gore planejam organizar uma força-tarefa com especialistas para estudar o derretimento e relatá-lo à conferência da ONU em Copenhague em dezembro, na qual deverá ser aprovado um novo pacto climático.

As evidências mais recentes do degelo seriam uma "mensagem de alerta para Copenhague", afirmou ele.

Muitas geleiras estão sofrendo retração, mas até agora a relação entre o degelo nas montanhas nos trópicos e o Ártico não foi suficientemente ressaltado, afirmou.

Duch, líder do Khmer Vermelho, começa a ser julgado

PHNOM PENH - Um dos líderes do Khmer Vermelho, Kaing Guek Eav, conhecido como Duch, começará a ser julgado na segunda-feira por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, tortura e homicídio.



Este será o primeiro julgamento de genocídio relacionado ao violento regime do grupo comunista Khmer Vermelho, que governou o Camboja entre 1975 e 1979. Nesse período, cerca de 1,7 milhão de cambojanos morreram executados, de fome, por trabalhos forçados e por negligência médica. Duch comandou a principal prisão do Khmer Vermelho, conhecida como S-21 ou Tuol Sleng, aonde, acredita-se, até 16 mil homens, mulheres e crianças foram enviados para a morte depois de terem sido torturados.



O tribunal, administrado pelo Camboja e pela Organização das Nações Unidas (ONU), irá julgar outros quatro líderes do Khmer Vermelho ao longo do próximo ano. O líder do grupo, Pol Pot, morreu em 1998. "O povo cambojano finalmente verá um dos mais notórios líderes do Khmer Vermelho ser julgado", disse o grupo de direitos humanos Anistia Internacional em comunicado. "Mas muitos outros precisam enfrentar o tribunal para que realmente seja feita justiça às milhões de vítimas desses crimes horríveis."



Críticos dizem que o governo do Camboja limitou o alcance do tribunal porque outros potenciais suspeitos são hoje leais ao primeiro-ministro Hun Sen, e prendê-los seria politicamente embaraçoso. As informações são da Associated Press.

Apedrejamento, no estilo Monty Python

terça-feira, 28 de abril de 2009

Rússia investe bilhões para garantir influência sobre vizinhos e manter liderança

A Rússia pretende manter sua posição de liderança no cenário internacional investindo bilhões de dólares até 2020 em uma nova estratégia de Defesa. A idéia é garantir que países da antiga União Soviética continuem sob sua área de influência, distantes da Otan e do poder do Ocidente.

Segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil, diferentemente do que ocorria na Guerra Fria, quando a Rússia se preparava para um potencial confronto em escala global, hoje é muito mais importante para o Kremlin impedir que países vizinhos ameacem sua hegemonia na região. O governo russo estaria muito mais preocupado em evitar que eles fechem acordos econômicos e militares com o Ocidente à revelia - e para prejuízo - de Moscou.

"Garantir a influência nos países vizinhos é a espinha dorsal da política externa russa", diz o vice-diretor de redação do jornal russo Novayia Gazeta, Pavel Felgengauer, um especialista em Defesa.

Ele afirma que, para isso, a Rússia pretende investir tanto na modernização de seu arsenal quanto na reformulação de suas Forças Armadas, tornando-as mais eficientes e compactas. "Os interesses militares da Rússia não vão muito além das fronteiras das ex-repúblicas soviéticas e para defendê-los o país precisa de uma estrutura militar mais enxuta e eficiente", afirma ele.

Superioridade regional

A determinação russa de usar seu poderio militar para comprovar sua superioridade na região foi demonstrada durante a guerra da Geórgia, em agosto do ano passado.

Ignorando os apelos da comunidade internacional, a Rússia manteve uma campanha militar de duas semanas no país vizinho para garantir a autonomia da Abcásia e da Ossétia do Sul, dois territórios pró-Kremlin localizados na Geórgia.

No âmbito econômico, o Kremlin criou tensões com a Ucrânia ao interromper o fornecimento de gás para o vizinho, numa disputa pelo preço que o país deveria pagar pelo produto. A suspensão do suprimento do gás russo à Ucrânia afetou milhares de lares europeus, que recebem 80% de seu gás por meio de gasodutos que passam pelo país.

Para analistas, a crise do gás foi mais um exemplo de como o Kremlin usa seu poderio energético como arma política para defender seus interesses econômicos e, no caso da Ucrânia, para instigar tensões políticas dentro do país, cujo governo tem boas relações com o Ocidente.

Rearmamento

Pavel Felgengauer diz ainda que um sinal claro de que "os interesses da Rússia passaram de globais para regionais" é o rearmamento do país, anunciado em meados de março pelo presidente Dmitry Medvedev. Para ele, isso demonstra que o país ainda vê a Otan como principal ameaça à sua soberania.

"A reforma militar é importante em um momento em que a Rússia teme que a aproximação do Ocidente com países vizinhos como Geórgia e Ucrânia (ambos cogitados para integrar a Otan ) dissemine valores ocidentais em seu território", afirma.

Até o final da próxima década a Rússia deve renovar sua frota de navios de guerra e seu sistema de defesa aérea e espacial, e gastar mais de US$ 140 bilhões em compras de armamentos. Além da renovação do aparato militar, os planos do governo incluem um corte de pessoal de 13%, totalizando o número de militares para no máximo 1 milhão. O quadro de oficiais será o mais afetado, com a redução de 350 mil a 150 mil nos próximos três anos.

Alexander Golts, analista para assuntos de segurança na Rússia, afirma que os pesados investimentos na área de Defesa feitos ao longo dos últimos oito anos não se refletiram na modernização do arsenal ou no treinamento de pessoal, o que vem comprometendo a eficiência das forças russas no campo de batalha.

"A guerra na Geórgia mostrou como nossos equipamentos estão antiquados. Se o conflito fosse com outro país a Rússia poderia ter sido derrotada", acredita Golts. "Hoje há praticamente um oficial para cada dois soldados e cerca de duas mil unidades do Exército em terra. Mas apenas cerca de 20% delas estariam prontas para agir em caso de guerra", acrescenta.

Ambições globais

Alguns especialistas acreditam, entretanto, que as ambições da Rússia ultrapassem a esfera regional. Para Dale Herspring, especialista em relações cívico-militares da Kansas State University, nos Estados Unidos, ao anunciar o plano de rearmamento "a Rússia quer mostrar ao mundo que está de volta".

Herspring ressalta que os acordos de cooperação assinados ano passado entre o Kremlin e a Venezuela e os exercícios militares realizados pela Rússia no Caribe devem ser vistos como sinais de que o país também pode jogar na área de influência dos americanos.

Ele afirma, entretanto, que a posse de Barack Obama nos EUA deu novo fôlego às esperanças de reaproximação entre os dois países, abrindo caminho para a possibilidade de a Rússia tentar mediar um diálogo da Casa Branca com o Irã. Em troca, segundo ele, os russos conseguiriam fazer com que os EUA desistam de instalar o polêmico escudo de defesa anti-mísseis na Europa central, considerado uma ameaça por Moscou .

Mas há quem duvide que uma melhora nas relações entre a Rússia e o Ocidente seja possível. Alexander Golts aposta que a recente aproximação do país com os EUA não terá resultados práticos.

"No momento em que acordos começarem a ser assinados, a Rússia ocupará um lugar secundário na agenda de prioridades americanas", afirma. "E isto atrapalha as ambições do Kremlin de mostrar que a Rússia ainda é uma superpotência."

Atuação da Caritas... Na República Democrática do Congo

Ideas 4 Development

segunda-feira, 27 de abril de 2009

EUA contribuíram com ascensão de Pol Pot, diz réu do Khmer

Por Ek Madra

PHNOM PENH (Reuters) - O torturador-chefe do regime cambojano do Khmer Vermelho disse nesta segunda-feira a um tribunal especial que as políticas norte-americanas da década de 1970 no Sudeste Asiático contribuíram com a ascensão daquela cruel ditadura.

Kaing Guek Eav, o Duch, primeiro de cinco dirigentes do Khmer Vermelho a ser julgado pelas atrocidades cometidas durante o regime (1975-79) que matou 1,7 milhão de cambojanos, disse que o grupo do ditador Pol Pot teria sumido se os EUA não tivessem se envolvido no Camboja.

"(O presidente dos EUA) Richard Nixon e (o secretário de Estado) Henry Kissinger permitiram que o Khmer Vermelho agarrasse oportunidades de ouro", disse Duch, de 66 anos, no início da segunda semana do seu julgamento, em um tribunal promovido conjuntamente pela ONU e pelo governo do Camboja.

O réu dirigiu a célebre prisão S-21, onde mais de 14 mil "inimigos da revolução" foram torturados e mortos.

Na semana passada, ele pediu perdão por seus crimes. Acusado de crimes contra a humanidade, crimes de guerra, tortura e homicídio, Duch pode ser condenado à prisão perpétua.

Questionado pelo juiz sobre como aderiu ao Khmer Vermelho, Duch deu uma longa e errática explicação, que incluiu as referências a Nixon e Kissinger.

O Camboja se tornou um campo de batalha da Guerra Fria em 1969, quando o governo Nixon começou a bombardear rotas no leste do país que os norte-vietnamitas (pró-soviéticos) usavam para levar homens e suprimentos para seus combates no Vietnã do Sul, que tinha um governo aliado dos EUA.

Em 1970, o príncipe (hoje "rei-pai") do Camboja, Norodom Sihanouk, foi deposto por um golpe comandado pelo general pró-americano Lon Nol, que entrou em guerra contra os comunistas do Vietnã e do próprio Camboja.

Sihanouk posteriormente estabeleceu aliança com o Khmer Vermelho e conclamou os cambojanos a lutarem contra o regime de Lon Nol, derrubado em 1975 pelo Exército de Pol Pot.

"O príncipe Sihanouk convocou o povo cambojano a aderir ao Khmer Vermelho comunista na selva, e isso permitiu que o Khmer Vermelho acumulasse suas tropas entre 1970 e 75," disse ele.

Sem isso, alegou Duch, "acho que o Khmer Vermelho teria sido demolido."

O regime do Khmer Vermelho foi derrubado por uma invasão vietnamita em 1979. Após a morte de Pol Pot, em 1998, Kissinger defendeu a decisão de bombardear o Camboja como sendo parte da Guerra do Vietnã, e disse que o fato não teve relação com as atrocidades cometidas posteriormente no país.

Conheça... A Anistia Internacional

A Anistia Internacional forma uma comunidade global de defensores dos Direitos Humanos.

A Anistia Internacional nasceu em 28 de Maio de 1961. A sua criação teve origem numa notícia publicada no jornal inglês "The Observer" em que era referida a prisão de dois estudantes portugueses por terem gritado "Viva a Liberdade!" na via pública.

O advogado britânico Peter Benenson lançou então um apelo no sentido de se organizar uma ajuda prática às pessoas presas devido às suas convicções políticas ou religiosas, ou em virtude de preconceitos raciais ou linguísticos.

Um mês após a publicação do apelo, Benenson já havia recebido mais de mil ofertas de ajuda para colectar informações sobre casos, divulgá-las e entrar em contato com governos. Dez meses depois, representantes de cinco países estabeleciam as bases de um movimento internacional.

O primeiro presidente do Comitê Executivo Internacional da organização (1963 a 1974) foi Sean MacBride, laureado com o Prêmio Nobel da Paz em 1974.

Conheça melhor a atuação do MSF

Médicos Sem Fronteiras (MSF) dá início a um projeto quando é identificada a existência de uma crise humanitária, ou quando a organização é convidada pelo governo de um determinado país ou por uma agência das Nações Unidas. Em ambos os casos, uma equipe de avaliação, formada por profissionais de MSF com experiência no campo, vai até o país ou comunidade e analisa as necessidades médicas, nutricionais e sanitárias, o contexto político e ambiental, as condições de segurança e de transporte e as capacidades locais. Assim é tomada a decisão final de intervir, determinando as prioridades de saúde para a região, além da composição da equipe que atuará no país e dos recursos necessários para a missão. Em casos emergenciais, entretanto, a prioridade é a ação rápida e pontual: uma intervenção pode ser efetuada em até 48hs, do momento em que é identificada uma crise humanitária.

Diagnosticar e tratar pessoas com problemas de saúde é a atividade prioritária de Médicos Sem Fronteiras. As ações são realizadas, em sua maioria, por profissionais do próprio país, recrutados por MSF, e também por expatriados. Profissionais com experiência de campo coordenam o trabalho, oferecem apoio e treinamento e asseguram que medicamentos e outros recursos médicos estejam sempre disponíveis. Quando necessário, MSF cria programas especiais para combater doenças específicas, como, por exemplo, a leishmaniose, tuberculose, doença do sono e malária.

As principais ações de MSF são:

Campanhas de vacinação;
Ações de prevenção de doenças;
Assistência a campos de refugiados;
Nutrição terapêutica e suplementar;
Distribuição de alimentos em regiões em situação de fome aguda;
Distribuição de medicamentos;
Assistência médica dentro de instalações públicas pré-existentes;
Reforma de estruturas de saúde - reabilitação de hospitais e clínicas;
Cirurgias;
Campanhas de sensibilização da opinião pública;
Projetos de saneamento e provisão de água;
Construção de hospitais e postos de saúde;
Formação de agentes comunitários;
Formação de pessoal de saúde;
Apoio à reinserção social;
Acompanhamento epidemiológico de um país ou região.

CICV - Trabalhadores da área da Saúde

domingo, 26 de abril de 2009

Processo Kimberley

he Kimberley process started when Southern African diamond-producing states met in Kimberley, South Africa, in May 2000, to discuss ways to stop the trade in ‘conflict diamonds’ and ensure that diamond purchases were not funding violence.

In December 2000, the United Nations General Assembly adopted a landmark resolution supporting the creation of an international certification scheme for rough diamonds. By November 2002, negotiations between governments, the international diamond industry and civil society organisations resulted in the creation of the Kimberley Process Certification Scheme (KPCS) . The KPCS document sets out the requirements for controlling rough diamond production and trade. The KPCS entered into force in 2003, when participating countries started to implement its rules.

Who is involved?

The Kimberley Process (KP) is open to all countries that are willing and able to implement its requirements. As of November 2008, the KP has 49 members, representing 75 countries, with the European Community and its Member States counting as an individual participant. KP members account for approximately 99.8% of the global production of rough diamonds. In addition, the World Diamond Council, representing the international diamond industry, and civil society organisations – Global Witness, Partnership-Africa Canada – are participating in the KP and have played a major role since its outset.

How does the Kimberley Process work?

The Kimberley Process Certification Scheme (KPCS) imposes extensive requirements (*) on its members to enable them to certify shipments of rough diamonds as ‘conflict-free’ and prevent conflict diamonds from entering the legitimate trade. Under the terms of the KPCS, participating states must meet ‘minimum requirements’ and must put in place national legislation and institutions; export, import and internal controls; and also commit to transparency and the exchange of statistical data. Participants can only legally trade with other participants who have also met the minimum requirements of the scheme, and international shipments of rough diamonds must be accompanied by a KP certificate guaranteeing that they are conflict-free.

The Kimberley Process is chaired, on a rotating basis, by participating countries. So far, South Africa, Canada, Russia, Botswana, the European Community have chaired the KP, and India is the Chair in 2008. KP participating countries and industry and civil society observers gather twice a year at intersessional and plenary meetings, as well as in working groups and committees that meet on a regular basis. Implementation is monitored through ‘review visits’ and annual reports as well as by regular exchange and analysis of statistical data.

(*)The requirements for participation are outlined in Sections II, V (a) and VI (8,9) of the KPCS.

The Kimberley Process: unique and effective

The Kimberley Process Certification Scheme (KPCS) has evolved into an effective mechanism for stemming the trade in conflict diamonds and is recognized as a unique conflict-prevention instrument to promote peace and security. The joint efforts of governments, industry leaders and civil society representatives have enabled the Kimberley Process (KP) to curb successfully the flow of conflict diamonds in a very short period of time. Diamond experts estimate that conflict diamonds now represent a fraction of one percent of the international trade in diamonds, compared to estimates of up to 15% in the 1990s. That has been the KP’s most remarkable contribution to a peaceful world, which should be measured not in terms of carats, but by the effects on people’s lives.

The KP has done more than just stem the flow of conflict diamonds, it has also helped stabilise fragile countries and supported their development. As the KP has made life harder for criminals, it has brought large volumes of diamonds onto the legal market that would not otherwise have made it there. This has increased the revenues of poor governments, and helped them to address their countries’ development challenges. For instance, some $125 million worth of diamonds were legally exported from Sierra Leone in 2006, compared to almost none at the end of the 1990s.

In 2006, a review of the KP confirmed its effectiveness, and recommended a number of actions to further strengthen the system in areas such as monitoring of implementation and strengthening internal controls in participating countries, as well as greater transparency in the gathering of statistical data.

Reunião de líderes em Londres fortalece papel do Fundo Amazônia

02/04/2009

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, saldou como positivo e emblemático o debate entre os líderes das principais economias mundiais e dos maiores países tropicais do mundo sobre a criação de um mecanismo internacional de até US$ 15 bilhões para o financiamento da conservação e uso sustentável das florestas tropicais. Segundo ele, a discussão do tema mostra a potencialidadedo Fundo Amazônia como mecanismo para atrair milhares de euros para projetos na Amazônia.

De acordo com o ministro, as possibilidades abertas com a discussão de Londres mostram a importância de se escolher os melhores projetos para atrair esses recursos. "Temos que ser como uma vitrine para o mundo, oferecendo projetos para, por exemplo, a recuperação de áreas degradadas e pagamentos por serviços ambientais", disse. Minc lembrou que o Brasil foi o primeiro país, pós-Kyoto, a instituir uma forma legal de atrair recursos para a conservação da floresta referindo-se ao Fundo Amazônia.

Durante a reunião de Londres, organizada pelo príncipe Charles, da Inglaterra, foi debatida a ideia de se criar um mecanismo internacional de financiamento que levante entre US$ 10 e 15 bilhões, por ano, entre 2010 a 2020. Esses recursos seriam repassados a países tropicais com base em resultados alcançados na conservação das florestas.

A reunião de alto nível contou com as presenças dos primeiros-ministros do Japão, Austrália, Noruega e Itália e dos presidentes da França e da Indonésia. Presentes, o rei da Arábia Saudita e a chanceler alemã, Angela Merkel, além de Hilary Clinton, secretária de Estado norte-americana. Participaram também o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o presidente do Banco Mundial, Robert Zelik, e o presidente da Comunidade Europeia, Durão Barroso. O Brasil foi representado pelo chanceler Celso Amorim, acompanhado pelo diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo.

De acordo com Tasso Azevedo, esse foi o encontro de maior poder de decisão já realizado para discutir a questão da floresta no contexto do aquecimento global. A reunião mostra que conseguimos definitivamente incluir nas discussões da Conferência do Clima o tema florestal e seu uso sustentável, disse o diretor.

Os líderes mundiais concordaram em estabelecer um grupo de trabalho internacional que deverá apresentar um modelo de operacionalização da ideia até julho deste ano. A proposta é buscar um modelo que seja passível de consenso antes da Conferência das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas, a ser realizada em Copenhagem, marcada para o final do ano.

Unesco analisa possibilidade de clonagem humana terapêutica

PARIS - omitê Internacional de Bioética da Unesco (CIB) analisa, a partir desta terça-feira, 28, se a clonagem terapêutica pode se diferenciar da reprodutiva, considerada como "contrária à dignidade humana" pela organização.

Durante dois dias, os 36 analistas internacionais que compõem o CIB, presidido pelo mexicano Adolfo Martínez Palomo, apreciarão os estudos e as diferentes opiniões sobre a questão, informou em comunicado a Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

A Declaração Universal sobre o genoma humano e os direitos humanos, aprovada pela Unesco em 1997, considera que a clonagem com fins reprodutivos é uma prática "contrária à dignidade humana".

Cinqüenta países adaptaram este princípio a suas legislações nacionais, mas no meio científico surgem vozes que pedem que a clonagem terapêutica seja tratada de forma diferente.

"A pedido do diretor-geral da Unesco, Koichiro Matsuura, um grupo de trabalho do CIB começou a refletir sobre esta questão para determinar se os últimos avanços científicos, éticos, sociais, políticos e jurídicos justificam uma nova iniciativa em escala internacional", assinalou a organização.

Na sexta-feira, os analistas do CIB manterão uma reunião conjunta com o Comitê Intergovernamental de Bioética (CIGB), composto por representantes de 36 países-membros

Knights who say "Ni"

Ações da ONU para o Desenvolvimento

O Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento se engaja num extenso trabalho de defesa das questões relativas à pobreza. A divulgação do Relatório de Desenvolvimento Humano, um ranking anual incluindo todos os países e que leva em conta variáveis como renda per capita, expectativa de vida, índices de analfabetismo e respeito ao direito das mulheres vem servindo como base para muitas ações de combate à pobreza.

A meta de planejamento e apresentação de estratégias nacionais desenvolvidos sob a supervisão do PNUD bem como possíveis soluções para a redução da pobreza são dirigidas à raiz do problema e visam a criação de oportunidades econômicas, participação nos orçamentos dos governos e uma melhor distribuição dos serviços sociais.

Em uma série de recentes conferências das Nações Unidas a comunidade internacional tem se comprometido com uma meta comum para a erradicação da pobreza e a melhoria de outras condições sociais no mundo. Na VIII UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento) foi criado o "Standing Committee on Poverty Alleviation" com o objetivo de "contribuir para as esferas nacionais e internacionais em prevenir, aliviar e reduzir a pobreza", particularmente onde ela é mais aguda, assim como a formulação de uma conexão entre políticas nacionais e internacionais, tendo em mente a diversidade dos países nesta situação incluindo o problema particular dos países menos desenvolvidos e grupos populacionais mais vulneráveis. Este comitê tem servido como um útil foro de discussões sobre redução da pobreza através da troca de experiências nacionais que foram particularmente de utilidade na identificação e disseminação de conclusões úteis em favor de assuntos relacionado à pobreza.

No "Millennium summit" das Nações Unidas realizado em setembro de 2001, lideres mundiais decidiram reduzir a pobreza pela metade até o ano de 2015 e o PNUD está agora comprometido a ajudar para que isso aconteça. O foco do programa esta em fornecer aos países em desenvolvimento serviços de consultoria de base e construir coalizões regionais, nacionais e globais para que essa mudança ocorra.

Não podemos deixar de citar que em setembro de 1999 o Banco Mundial em parceira com o Fundo Monetário Internacional determinou que estratégias de redução da pobreza desenvolvidas pelas próprias nações deveriam guiar as ações internacionais de redução de pobreza. Foram desenvolvidos os Documentos de Estratégia de Redução da Pobreza (sigla em inglês PRSP). O pioneirismo desse trabalho está permitindo uma ligação mais próxima com a sociedade civil dos 60 países onde os PRSPs estão sendo feitos, o que assegura uma legitimação genuína sobre as escolhas de prioridades e políticas. Além disso, está facilitando o uso da Assistência Técnica do PNUD para ajudar países em desenvolvimento a buscar seus próprios meios para administrar estratégias de redução de pobreza. Outro passo importante desse trabalho é oferecer alternativas reais a governos na luta contra a pobreza.

sábado, 25 de abril de 2009

“Diamantes de Sangue” Ainda Não Foram Erradicados


07/11/2007


A União Europeia vai organizar, esta semana, um encontro para avaliar o progresso feito para erradicar a comercialização dos “diamantes de sangue”, ilicitamente transaccionados e que têm alimentado várias guerras no continente africano. Apesar dos progressos registados, os peritos nesta matéria afirmam que mais tem que ser feito.

O encontro sobre diamantes, a realizar em Bruxelas, tem lugar cinco anos depois de ter arrancado o Processo de Kimberly, uma organização global de vigilância do comércio de diamantes, que inclui a União Europeia e que se destina a travar o fluxo dos chamados “diamantes de sangue”.

A comissária europeia das Relações Externas, Benita Ferrero-Waldner, saudou os progressos feitos desde o início do Processo Kimberly, em 2002. Diz ela que os diamantes deixaram de ser os melhores amigos dos rebeldes, referindo-se ao facto dos senhores da guerra os usarem para alimentar conflitos africanos em Angola, Congo, Serra Leoa e Libéria.

E a indústria diamantífera, que tinha sido acusada de manter um grande secretismo revelou este ano, pela primeira vez, qual foi a sua produção.

Mas, apesar do progresso registado em países como a República do Congo, Annie Dunnebacke, da Global Witness, diz que muito mais tem que ser feito: “Em muitos países, especialmente em muitos países africanos, constatamos um aumento na exportação oficial de diamantes e isso é um bom sinal. Infelizmente, numa escala global, estamos também a ver um aumento do fluxo ilícito de diamantes em bruto que estão a ser comercializados à margem do Processo de Kimberly. Por isso, esperamos realmente que, esta semana o encontro patrocinado pela União Europeia faça face estas fraquezas. E esperamos também que a Índia, que irá presidir ao processo, continue a encarar com eficácias aqueles problemas, no próximo ano.”

Durante o encontro de Bruxelas, que termina na quinta-feira, os participantes irão tentar reforçar os controlos existentes para impedir o comércio de diamantes ilícitos. A União Europeia, com os seus 27 países membros, é um dos membros do Processo Kimberly e 80 por cento da produção de diamantes em bruto são transaccionados na cidade belga de Antuérpia, onde são trabalhados.

A imprensa belga informou, no passado fim de semana, que a polícia apreendeu diamantes no valor de 20 milhões de dólares, que se crê fossem provenientes da Costa do Marfim, país que está perante um embargo internacional, que impede a exportação daquelas pedras preciosas.

HRW lança campanha contra utilização de crianças-soldado

Nações Unidas, 12 fev (EFE).- A ONG Human Rights Watch (HRW) lançou hoje a Campanha Mãos Vermelhas, na qual pede aos países e à ONU que aumentem seus esforços para acabar com a utilização de crianças-soldado em conflitos.



A HRW lembrou hoje que há um tratado na ONU, ratificado por 126 países, que proíbe o recrutamento e o uso forçado de menores de 18 anos em conflitos armados.



"Jovens de todo o mundo uniram forças para manifestar sua indignação porque meninos e meninas continuam sendo usadas para combater em guerras", disse uma das organizadoras da campanha na HRW, Jo Becker.



A especialista ressaltou que a iniciativa busca "um maior compromisso dos líderes mundiais com o fim desta prática", que ainda ocorre em 15 países ou territórios, inclusive em alguns daqueles que ratificaram o tratado.



Os países ou territórios nos quais crianças ainda combatem são: Afeganistão, Mianmar, Chade, Colômbia, Filipinas, Índia, Iraque, República Centro-Africana, República Democrática do Congo (RDC), Somália, Sri Lanka, Sudão, Tailândia, territórios palestinos ocupados e Uganda.



Além disso, oito Governos - Mianmar, Chade, Índia, RDC, Ruanda, Sri Lanka, Sudão e Uganda - assinaram o tratado, mas continuam utilizando crianças em suas forças armadas ou apóiam grupos armados que recrutam menores em seus territórios ou em Estados vizinhos.



Em apoio à campanha, um grupo de ex-crianças-soldado e outros jovens de diferentes partes do mundo apresentaram hoje milhares de "mãos vermelhas" simbólicas ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, de quem cobraram ações mais contundentes contra o problema.



"O recrutamento forçado e o uso de crianças-soldado é um dos mais horríveis abusos dos direitos humanos hoje em dia", disse Ban, que lamentou o fato de milhares de crianças serem exploradas e se verem obrigadas a suportar a violência.



A HRW informou que jovens de 101 países recolheram mais de 250 mil "mãos vermelhas", o símbolo dos esforços internacionais pela erradicação das crianças-soldado, para apoiar a campanha. EFE

Depoimento - Diego Santos

Resenha de filme: A Última Hora

Trailer do filme 'A Última Hora' (The 11th Hour), documentário produzido e narrado por Leonardo DiCaprio.

A Última Hora descreve o último momento em que ainda é possível mudar. O filme explora o modo como a humanidade chegou até esse momento: como vivemos, o impacto que provocamos sobre o ecossistema, e o que podemos fazer para mudar este quadro. O filme apresenta diálogos com especialistas do mundo inteiro, incluindo o antigo primeiro-ministro soviético Mikhail Gorbachev, o cientista Stephen Hawking, o homem que chefiou a CIA, R. James Woolsey, e autoridades em projetos de sustentabilidade como William McDonough e Bruce Mau, além de mais de 50 cientistas, pensadores e líderes, que apresentam fatos e discutem os principais temas com que hoje se defronta nosso planeta.
Narrado por Leonardo DiCaprio, A Última Hora é produzido por Leonardo DiCaprio, Leila Conners Petersen, Chuck Castleberry e Brian Gerber, com roteiro e direção de Leila Conners Petersen e Nadia Conners.



Para mais informações entre em: http://www.youtube.com/user/11thhouraction

O futuro do sistema comercial mundial pós-Doha

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Newshour: Breaking Away (Abkhazia)

Filmed just hours before the outbreak of war between Russia and Georgia, this report provides a rare look inside one of the two breakaway regions at the center of the conflict.



Fonte: PBS

BNDES vai investir US$100 mi contra desmatamento amazônico

Quinta-feira, 2 de abril de 2009, 19:03

Até 2015, valor do Fundo da Amazônia pode superar o US$ 1 bilhão, proveniente de doação da Noruega

Eduardo Nunomura, de O Estado de S. Paulo

Cuiabá - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já tem em caixa US$ 110 milhões para gastar em ações que previnam ou reduzam o desmatamento amazônico. Até 2015, esse valor pode superar o US$ 1 bilhão, proveniente de doação da Noruega. E é de olho nessa montanha de dinheiro que pela primeira vez governos, organizações não-governamentais (ONGs) e iniciativa privada começam a falar o mesmo idioma.

O Fundo da Amazônia, criado a partir de doações de países, empresas e até pessoas físicas, deve permitir que a lógica da ocupação ilegal do solo amazônico e a consequente destruição da biodiversidade mude para o modelo de receber para manter a floresta em pé.

Na conferência Katoomba, encerrada nesta quinta-feira, 2, em Cuiabá, o chefe do departamento de gestão do fundo do BNDES, Eduardo Bandeira de Mello, saiu carregado de cartões de visitas. Eram produtores rurais, secretários municipais de ambiente e ONGs interessados em se aproximar do "gerente do banco amazônico". Em quase todos, surgiu a palavra REDD, embora nem todos soubessem bem o que estavam falando.

REDD é a sigla para Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação. Funciona mais ou menos assim: um poluidor do outro lado do mundo poderá compensar suas emissões comprando créditos REDD de quem ainda tem a oferecer. A Amazônia pode ofertar muitos desses créditos. E esse vai ser um dos principais instrumentos de barganha do governo brasileiro nas discussões, que ocorrerão em dezembro em Copenhague, do novo acordo climático que substituirá o protocolo de Kyoto.

"Não estamos pedindo esmola, mas um reconhecimento do esforço que a sociedade brasileira tem feito ao tomar a decisão de reduzir seu desmatamento e seguir com a matriz energética limpa", afirma Paulo Moutinho, coordenador científico do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia. "Não podemos perder a última chance de salvar a Amazônia."

O BNDES recebeu até agora 25 consultas para projetos de REDD, entendidos no sentido mais amplo. Inclui não só ações para redução de desmatamento, mas também programas que ajudem a conservar a floresta. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, por exemplo, deve ser contemplado com verba do Fundo da Amazônia para antecipar o lançamento de dois satélites de monitoramento ambiental.

No noroeste do Mato Grosso, o Instituto Centro de Vida (ICV) elabora com sete prefeituras a criação de um projeto de REDD para uma área de 8,6 milhões de hectares, onde ocorre a maior pressão pelo desmatamento. Segundo o coordenador-adjunto do ICV, Laurent Micol, é imprescindível a formação de um pacto com os municípios e produtores. "Se os produtores reduzirem seu desmatamento, mas só um deles continuar destruindo, não haverá crédito para ninguém", alerta.

"Todo mundo vai ter projetos REDD", afirma Tasso Azevedo, do Serviço Florestal Brasileiro, órgão do Ministério do Meio Ambiente. A partir da próxima semana, ele vai assessorar o ministro Carlos Minc nas discussões do REDD e do Fundo Amazônia. Tasso estava na delegação brasileira na reunião do G-20, em Londres, onde surgiu um consenso mundial de que será preciso doar entre US$ 10 bilhões e US$ 15 bilhões aos países detentores de floresta tropical pelos próximos dez anos. A parte que caberá ao Brasil deverá ser direcionada para o Fundo Amazônia.

"Os Estados querem participar ativamente desse debate e não é possível que ele seja feito só pelo governo federal", cobrou o secretário de meio ambiente do Pará, Valmir Ortega. Já para a ambientalista Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental, o Brasil saiu na frente com a criação do Fundo Amazônia. Mas ressaltou a importância de que essa enorme quantia de dinheiro chegue aos que estão preservando a floresta. "Não pode ser um método de cima para baixo, tem de ir para os projetos de seringueiros, dos indígenas, das comunidades locais."

Para o engenheiro agrônomo Ricardo Arioli, da Associação de Produtores de Soja do Mato Grosso, os produtores rurais também devem participar da partilha desses recursos. Mas questionou se no futuro, ironicamente, não serão cobrados por preservar em vez de produzir. "Seremos pagos para não aumentar a produção, mas o mundo precisa de mais alimentos. Isso é ético? Não queremos que esta outra acusação recaía sobre nós", disse.

Repórter viajou a convite do Instituto Centro de Vida

Década de 2020 deve consolidar poder dos BRICs

Os anos 20 deste século podem marcar a consolidação do fortalecimento de países emergentes como potências econômicas e políticas, em um mundo cada vez mais multipolar. Segundo acadêmicos e instituições de pesquisa, os chamados BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) serão peças-chave dessa nova ordem.

Para investigar que desafios cada país do BRIC terá pela frente, no caminho para se tornar uma potência em 2020, a BBC Brasil produziu uma série especial que começa a ser publicada nesta segunda-feira, reunido reportagens multimídia de nossos repórteres no Brasil e enviados especiais a Rússia, Índia e China.

Em 2020, com 3,14 bilhões de habitantes (40% da população mundial naquele ano, segundo projeções da ONU), eles devem chegar mais perto das economias do G-7, após terem crescido a taxas muito superiores às de nações ricas.

O National Intelligence Council, entidade do governo americano ligada a agências de inteligência, prevê que já em 2025 todo o sistema internacional - como foi construído após a Segunda Guerra Mundial - terá sido totalmente transformado.

"Novos atores - Brasil, Rússia, Índia e China - não apenas terão um assento à mesa da comunidade internacional, mas também trarão novos interesses e regras do jogo", afirma a instituição

"Muito provavelmente, por volta de 2020 vamos nos dar conta de que existe um equilíbrio muito maior no mundo em termos econômicos e políticos com o fortalecimento de países emergentes como China, Índia, Brasil e Rússia. Com um maior poder econômico, virá também um maior poder político e uma participação ativa desses países em organismos internacionais", disse à BBC Brasil Stepháne Garelli, professor da Universidade de Lausanne, na Suíça, e autor de um estudo que traça cenários para 2050.

Conceito complexo

O conceito de sistema multipolar é complexo e, ainda que boa parte dos analistas concorde que o mundo caminha para isso, o tempo que levará para que a China tenha voz no Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil tenha um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU ou o Banco Mundial seja dirigido por um russo ou indiano variam muito.

Mas a discussão já não se limita mais ao meio acadêmico. Diferentes aspectos do que pode vir a ser um mundo multilateral (ou multipolar) já começam a aparecer em discursos de autoridades que estão no centro do processo de tomada de decisões internacionais.

Um exemplo recente vem de Gordon Brown, o primeiro-ministro britânico, que, às vésperas do encontro do G-20, em Londres, declarou no Brasil que "o tempo em que poucas pessoas mandavam na economia acabou".

Também às vésperas do encontro, o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, disse em entrevista a uma TV francesa que "soluções globais supõem que a governança de instituições como o FMI seja mais legítima, mais democrática, com espaço para os países emergentes e pobres".

Reunião do G-20

A reunião do G-20, grupo que une países emergentes aos países-membros do G-8, pode ser vista como um sinal dessas mudanças. A voz dos emergentes no cenário de crise ganha especial relevância.

Segundo boa parte dos analistas ouvidos pela BBC Brasil, eles não apenas serão menos afetados do que os países desenvolvidos pela crise, como também podem se recuperar mais rapidamente.

Essa possível recuperação mais rápida se baseia em alguns pilares que serão também propulsores do crescimento de longo prazo.

"A situação das economias desses países é muito diferente. Mas, de maneira geral, os BRIC estão mais bem posicionados para a recuperação do que muitas outras economias", disse Markus Jaeger, responsável por análises de longo prazo no Deutsche Bank.

Para Alfredo Coutinho, analista mexicano da agência Moody's nos Estados Unidos, a crise revela ainda a vulnerabilidade das economias desenvolvidas e deixa clara a necessidade de equilíbrio na economia global.

"É uma oportunidade para as economias emergentes, que devem liderar a recuperação", disse Coutinho.

Crise

Em entrevista à BBC Brasil, Jim O'Neill, economista-chefe do Goldman & Sachs, que criou a sigla BRIC em 2001, prevê que a crise até mesmo acelere a escalada dos emergentes, e diz que já em 2020 a economia desses quatro países encoste nas dos países do G-7, o grupo das atuais nações mais ricas do mundo.

Não faltam céticos em relação à projeção de O'Neill. John Bowler, diretor do Serviço de Risco por País (CRS na sigla em inglês) da Economist Intelligence Unit é um deles.

"Acho que esse processo será mais demorado. Há uma série de obstáculos à confirmação dessas projeções tanto no campo econômico quanto político", disse Bowler.

Apesar das ressalvas feitas por muitos dos ouvidos pela BBC Brasil, o "otimismo" de O'Neill não é isolado.

Um relatório da consultoria Ernst&Young, Global Megatrends 2009, por exemplo, afirma que "a fome de crescimento, junto com a rápida industrialização das economias e populações em expansão, põe os emergentes no caminho da recuperação mais rapidamente, e os países do BRIC são claramente os atores principais".

Essa fome de crescimento vem, em parte, da nova classe média que tem revolucionado o consumo nesses países. Segundo o Banco Mundial, 400 milhões de pessoas se encaixavam nessa categoria em 2005 nos países em desenvolvimento. Em 2030, deverão ser 1,2 bilhão de pessoas.

"A classe média, principalmente dos países do BRIC, será o novo motor da economia mundial", prevê Stepháne Garelli, da Universidade de Lausane e diretor do índice de competitividade, publicado pelo Institute of Management Development, que avalia 61 países em 312 critérios.

"É uma classe média ávida por comprar seu primeiro carro, seu primeiro celular de última geração. Não é conservadora como a classe média do atual mundo rico. Ela quer 'comprar felicidade'", acrescentou.

Padrão de vida

O valor do PIB dará posição de destaque a esses países no ranking global de economias, mas não será suficiente para levar as populações desses países a padrões de vida próximos ao dos países hoje considerados ricos.

O PIB per capita da Índia, por exemplo, deverá praticamente dobrar num período de 15 anos até 2020, segundo um estudo do departamento de pesquisas do Deutsche Bank. Ainda assim, representará apenas 40% da renda per capita nos Estados Unidos.

De olho em indicadores como o PIB per capita, Françoise Nicolas, economista do Instituto Francês de Relações Internacionais, prevê a ascensão das "superpotências pobres".

"Será um mundo multipolar bizarro. Os BRIC serão superpotências pobres com mais peso econômico, mas o discurso ainda não estará no mesmo nível dos países ricos", prevê Nicolas.

Além da pobreza, esses países enfrentam outros desafios, como a proteção ao meio ambiente.

"Eles querem ter maior poder de decisão e, ao mesmo tempo, em certas questões como o meio ambiente, querem continuar a ser tratados como países emergentes, que não podem cumprir as mesmas exigências dos ricos", disse Thomas Klau, chefe do escritório de Paris do Council of Foreign Relations.

*Colaboraram nesta reportagem: Bruno Garcez, da BBC Brasil em Washington, Daniela Fernandes, de Paris para a BBC Brasil, e Marina Wentzel, de Hong Kong para a BBC Brasil

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Por que ir ao MIRIN?

Segundo Eduarda Passarelli:


Editorial

Hello everyone!

I know this may be a little bit different for you guys, but we got an very interesting e-mail this week of Abkhaz World and we would like to share their opinion with you. But, first, let's clear some things:

1. We provide information of all sides, so there will be pro-Georgian posts in this blog, pro-Russia, pro-Abkhazia and "neutral" analysis. It is an educational event and we want you to have all the information available because we trust in you ability to know right from wrong or left from right in cases where nobody is entirely right.

2. We loved that Abkhaz World took the time to try to elucidate aspects of the post (this one) that they did not agree on which they are entitled. This team really appreciates the debate inherent to these issues, so we just want to make it clear: we are not offended, we were actually thrilled. However, we do not think the original post was inappropriate because it was an existing perspective worth debating.


Here is their e-mail:

"

Dear Madam / Sir,

I just read a page about Georgian - Abkhazian War in 1992-93. [http://mirinpucrio.blogspot.com/2009/04/georgia-and-abkhazia-1992-1993-war-of.html]

Unfortunately it's including a lot of mistakes.

First of all it was Georgia that STARTED the war. As for the government, it was installed right after the war with Georgia - Putin was not there or even on the political horizon. There was pro-Georgian Yeltsin who together with Georgia put Abkhazia under sanctions and Yeltsin actually gave Shevardnadze the green light to attack Abkhazia on 14th August 1992.



****
Quote:

In February 1992, the provisional Georgian Military Council announced Georgia’s return to its 1921 constitution. The Abkhaz Supreme Soviet was concerned that Abkhazia’s status was not adequately taken into consideration and so a draft treaty outlining plans on federal relations was sent to Tbilisi. Tbilisi did not respond and in July 1992 the Abkhaz Parliament reinstated the 1925 Abkhaz Constitution.

On 14 August 1992 Georgian armed forces entered the Gali region of Abkhazia...

...From summer 1992 to summer 1993, Georgian troops controlled much of Abkhazia, including Sukhum
(i). [I edited as 'Sukhum(i)'see my explanation and related maps about Sukhum]

Source: http://www.fco.gov.uk/en/about-the-fco/country-profiles/europe/georgia?profile=politics&pg=7

See ''Historical Maps: Abkhazia at various times in history''‏‏

http://gallery.abkhazworld.com/#4.60

The maps included here give an idea of the frontiers of Abkhazia at various times in history. The Abkhazians call their capital /Aqw'a/, but it is more usually known in other languages as Sukhum (Sukhum-Kalé or Sukhum-Kaleh in the period of Turkish influence along the Black Sea's eastern coast; /soxumi/ in Georgian). The ending -i in the form /Sukhumi/ represents the Georgian Nominative case-suffix, and it became attached to /Sukhum/ from the late 1930s when (Georgian) Stalin and his Mingrelian lieutenant in Transcaucasia, Lavrent'i Beria, began to implement a series of anti-Abkhazian policies. Abkhazians today, for obvious reasons, resent the attachment of this element from the language of a people they see as oppressors.

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And please see here to read about Abkhazia: http://www.abkhazworld.com/abkhazia/apsny.html

or

Sitio oficial de la Misión Permanente de la República de Abjasia en Venezuela

http://www.abjasia.org.ve/

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Declaration of the Revolutionary Committee of the SSR of Georgia on Independence of the SSR of Abkhazia - 21 May 1921

In 1921, Abkhazia and Georgia became Sovietized. On 31 March 1921, an independent Soviet Republic of Abkhazia was proclaimed. On 21 May 1921, the Georgian Bolshevik government officially recognized the independence of Abkhazia. But the same year, under pressure from Stalin and other influential Georgian Bolsheviks, Abkhazia was forced to conclude a union (i.e., confederative) treaty with Georgia. Abkhazia still remained a full union republic until 1931, when its status was downgraded, under Stalin's orders, from that of Union Republic to that of an Autonomous Republic within Georgia. This act of incorporation of Abkhazia into Georgia was conducted without the approval and against the will of the Abkhazian people and caused mass protests in Abkhazia. Thus the creation of the Abkhazian Autonomous Republic within Georgia was not the result of the granting by the Bolsheviks of autonomous status to one of the republic's minorities, as it is often alleged, but was rather the forced convergence of two neighbouring states by the incorporation of one of them, Abkhazia, into the other, Georgia.


Vladislav Ardzinba, first president of Abkhazia, stated: “In 1931 Abkhazia was transformed into an autonomous republic within the Georgian SSR. Seemingly it was the only republic whose political status changed under pressure from Stalin not upwards but downwards”. (See Pravda, newspaper, 14 July 1989).


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DECLARATION OF THE REVOLUTIONARY COMMITTEE OF THE SOVIET SOCIALIST REPUBLIC OF GEORGIA on Independence of the Soviet Socialist Republic of Abkhazia.

21 May 1921

The Menshevik’s power, being bourgeois by its nature, oppressed the revolutionary movement of the national minorities and bred the antagonism between the certain minorities residing in Georgia throughout the centuries.

Soviet power has a different approach to this issue, advancing the principle of fraternal relations and equality between all workers.

The right to self-determination declared by the Great October Revolution is recognized as the best remedy for the eradication of national prejudices and the strengthening of relations between the workers.

On this basis, the Revolutionary Committee of the Soviet Socialist Republic of Georgia recognizes and welcomes the establishment of the Soviet Socialist Republic of Abkhazia and believes that the relations between the Georgian SSR and the Abkhazian SSR will be decided at the first Congress of the workers and peasants of Abkhazia, as well as of Georgia.

Let the workers of both socialist republics decide the forms of close and fraternal cooperation.

Revcom of the Georgian SSR

http://www.abkhazworld.com/articles/reports/190

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When most of Abkhazia was denuded of its native population in the wake of (a) the end of the Great Caucasian War in 1864 and (b) the Russo-Turkish War of 1877-78, the question arose as to who would make the most appropriate substitute-population. One of the leading Georgian intellectuals of the time, the educationalist Iakob Gogebashvili, wrote an interesting article in Tiflisskij Vestnik in 1877 entitled /vin unda iknes dasaxlebuli apxazetshi?/ (Who should be settled in Abkhazia?). In this article he argued that the neighbouring Mingrelians would make the best /kolonizatorebi/ (colonisers)... And this is precisely what they subsequently became.

The mass-immigration of Kartvelians (mostly Mingrelians) goes back to the late 1930s. Abkhaz's script was then altered from a roman to a Georgian base. Abkhaz-language schools were summarily closed in 1945-6, following by a ban on broadcasting and publications. The Abkhazians as a nation were due to face transportation (like the numerous other peoples transported by Stalin from the Koreans in the late 1930s through to Abkhazia's Greeks in the late 1940s), and, as a 'scholarly' justification for that, the literary-historian Pavle Ingoroqva was commissioned to argue in print that the Abkhazians only arrived in Abkhazia in the 17th century, conquering the 'original' Abkhazians of history, who were thus a 'Georgian' tribe. This calumny was revived in the heady days of Georgian nationalism from 1988 AND IS WIDELY BELIEVED BY MANY ORDINARY KARTVELIANS, who for this reason still regard the Abkhazians as unentitled to be living in Abkhazia

See please: Demographic change in Abkhazia 1897–1989
http://www.c-r.org/our-work/accord/georgia-abkhazia/graph2.php

The Georgian general leading the invading forces in the autumn of 1992, Gia Qarqarashvili, stated on TV that he would sacrifice 100,000 Georgians to kill all 97,000 Abkhazians, if that is what it took to keep Georgia's borders inviolate', and a similar threat came from the head of Georgia's wartime administration, Giorgi Khaindrava, on the pages of Le Monde Diplomatique in April 1993. Goga (Giorgi) Khaindrava, told the correspondent from Le Monde Diplomatique that "there are only 80,000 Abkhazians, which means that we can easily and completely destroy the genetic stock of their nation by killing 15,000 of their youth. And we are perfectly capable of doing this."


If you were an Abkhazian, would you welcome back your former Kartvelian neighbours, knowing how many of them think Abkhazians should not be in Abkhazia?


And it was no accident that the Abkhazian research-institute and archives were torched (after cherry-picking) in Nov 1992 -- it was done to try to erase documentary proof of the Abkhazians' presence over the centuries (not to say millennia) on Abkhazian soil. See related article: Abkhazia's archive: fire of war, ashes of history & Related Video (YouTube)


Also, when it comes to the fate of refugees and their right to return home, what is to be said of those Abkhazian descendants (over 300,000) of those more or less forced to leave Abkhazia, when it was populated virtually exclusively by Abkhazians, in 1864?


For some 60 years Abkhazia was forced to accept the unwelcome status of being a mere autonomous republic with Soviet Georgia (thanks to the ruling of the Georgian dictator Stalin – ‘Iosif Vissarionovich Dzhugashvili’). For daring to defend our interests in the face of Georgian nationalist aggression, we were subjected to 14 months of savagery. In alliance with our allies from the Abkhazian diaspora or Abkhazians’ cousins in the North Caucasus, we succeeded in ejecting the invader and winning the war. All that Georgia under its various leaders/governments has been willing to offer us by way of a settlement is a return to the ‘status quo ante’— the sudden offer by Misha Saakashvili of asymmetric federation produced on the eve of the recent NATO summit in Bucharest was clearly aimed more at impressing the Western alliance than at appealing to Sukhum.


How many examples are there in history where a people after being invaded, losing 4% of their population, and yet finally winning the war have meekly resigned themselves to accepting the selfsame subordinate status they had before the tragedy of a war inflicted upon them? This is something that the Georgian side and their international backers (who have no interest in the fate of minorities but think solely of the ‘big picture’ of preserving territorial integrity, of finding allies in an unstable part of the world, and of securing the flow of oil) would do well to remember. The Georgians lost Abkhazia in 1993. They should be told by their EU, NATO and US ‘friends’ to accept this fact, find a ‘modus vivendi’ with their neighbours (big and small alike), and then contribute to the creation of stability and prosperity for the Caucasus region as whole. We can all then get on with our lives in the peace that we all deserve.

Best regards,

Administrator of AW"


We thank Abkhaz World for giving the delegates more mechanisms of research on the subject. Moreover, we hope they feel that this time their side of the story was more rightfully told.


Best wishes,


Bloggers of MIRIN

Para Brown, domínio de países ricos na economia global acabou

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown (centro), com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (esq.) e o ex-jogador Sócrates (dir.) na capital paulista

Na passagem por São Paulo, Brown visitou o Estádio do Pacaembu

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse, em uma palestra em São Paulo nesta quinta-feira, que a era na qual os países mais ricos dominavam a economia mundial chegou ao fim, e que os países emergentes precisam ter mais influência nas decisões econômicas globais.

"O tempo em que poucas pessoas mandavam na economia mundial acabou, o próximo presidente do Banco Mundial não precisa ser americano nem o diretor do FMI, europeu. Estas instituições devem representar os países em desenvolvimento", disse o premiê.

"Temos que entender que nunca retornaremos às velhas ortodoxias do passado, mas sim construiremos uma nova sociedade ao reformular as instituições financeiras, confiando no livre comércio e nos valores que acreditamos."

"A hora do Brasil, de juntar-se à mesa para liderar também a economia mundial, chegou", afirmou.

G20

A visita do premiê britânico ao Brasil antecede a reunião de cúpula do G20 (grupo que reúne os países mais ricos e as principais nações emergentes), que acontece em Londres no próximo dia 2 e deve ser marcada por discussões sobre como combater a crise econômica mundial.

Precedendo a palestra de Brown, o ministro de Negócios, Empreendimentos e Reforma Regulatória da Grã-Bretanha, Peter Mandelson, disse que o maior desafio do encontro do G20 é tomar medidas corajosas para a recuperação do sistema financeiro global.

O ministro britânico defendeu a ideia de que a crise atual apresse a mudança no equilíbrio de forças econômicas globais.

"Em termos de liderança da economia mundial, a era do G8 acabou. O que vai substituí-lo, no final, vai nos oferecer, tanto no Brasil como na Grã-Bretanha, com um desafio político de primeira grandeza", disse ele. "O Brasil e outros países em desenvolvimento estão sendo vistos como possíveis líderes."

Mas Mandelson disse que o encontro em Londres não deve produzir "respostas em um único dia". "É um processo no qual estamos no início e não no fim. Talvez os resultados do G20 só sejam sentidos dentro de um ano."

Também em sua palestra, Gordon Brown disse que tanto ele como o presidente Lula se comprometeram em rejeitar o protecionismo e apostar no comércio para reaquecer a economia mundial.

Ele também reafirmou seu "apoio total" ao desejo brasileiro de ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, como hoje ocupam Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França.


Four Essential Steps to the Copenhagen Agreement

The United Nations Climate Change Conference in Copenhagen this year will be the moment in history when humanity can rise to the challenge and decisively deal with the issue. It is beyond the shadow of a doubt that greenhouse gas emissions must be radically reduced to prevent climate change from sliding into climate chaos.

Yvo de Boer, Executive Secretary of the United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) 30/03/2009 11:20

In 2007, in Bali, the 192 Parties of the UN Framework Convention on Climate Change committed themselves to launching negotiations on strengthened action against climate change. This process is to culminate in an ambitious negotiated outcome at the end of 2009, which needs to enter into force before January 2013.

This leaves just nine months to conclude one of the most complicated international negotiating processes in the world today. Last year, negotiators developed a better understanding of what they want from the different aspects of the action plan they agreed in Bali, and they gathered ideas and proposals. The political process has now reached a phase at which areas of convergence are emerging. These areas will form the basis of an initial draft agreement, to be presented in Bonn in June.

In order to enter into force around the world before 2013, the Copenhagen agreement must meet the political requirements of all participating countries. For this to happen, clarity on four key political points is needed this year.

First, clarity is needed on ambitious, legally binding emission-reduction targets for industrialized countries. Without such targets, the international community will not take the necessary action to address climate change, and developing countries will not have confidence that industrialized countries are willing to take the lead on solving a problem that they caused.

There are some positive signals in this direction. For example, the European Union has agreed to a climate and energy package with which it will be able to reach its target of a 20% emission reduction over 1990 levels by 2020 (30% if other industrialized countries follow suit. within the United States, President Barack Obama has indicated his intention to achieve an 80% reduction of greenhouse gas emissions by 2050, and to return US emissions to 1990 levels by 2020. Other countries, such as Russia and Japan, will announce their mid-term targets in the course of this year.

Second, clarity is essential on the extent to which major developing countries can undertake nationally appropriate mitigation actions beyond what they are already doing. For many industrialized countries, particularly the US, it will be very difficult to conclude an agreement unless their citizens see that major developing countries are also willing to engage further.

A number of developing countries, such as China, India, Brazil, and South Africa, have already developed national climate change or energy strategies that indicate the extent to which they feel that they are able, given their economic constraints, to address the issue. Many developing countries are coming forward with ideas for further nationally appropriate mitigation measures that they could take.

Third, clarity is essential on financing. The magnitude of action by developing countries will largely depend on the effective delivery of finance and clean technology through international cooperative action. We need to know how significant financial resources will be generated to help developing countries both limit the growth of their emissions and adapt to the effects of climate change.

Some interesting ideas have been floated. For example, industrialized countries have suggested auctioning emission rights and using part of the revenue for international cooperation – something that Germany is already doing. The concept also features in the Liebermann-Warner bill, an example of draft legislation on climate change for the US. Norway has put forward a proposal to monetize a portion of industrialized countries’ emissions budgets, generating revenue for international cooperation.

Emissions trading and market-based mechanisms will continue to play a role. However, the Bali action plan addresses the need for developing countries to adopt nationally appropriate mitigation actions. Because the carbon market cannot be the sole instrument, government-to-government cooperation will be needed as well.

Finally, clarity is essential on the governance structure under the convention. If significant financial resources are to be generated for mitigation and adaptation, developing countries will want a representative say in how that money is to be allocated and spent. The governance structures have to function according to democratic principles, founded on equity.

Many other important concerns will feature in this year’s intense negotiations. But clarity in these four areas will be essential for success at Copenhagen.

Yvo de Boer is Executive Secretary of the United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC).

The above commentary was published as part of an exclusive series of commentaries called "From Kyoto to Copenhagen", published by Project Syndicate, with cooperation from the Danish government.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Fracasso das negociações evidencia divergências entre grandes grupos de países

O fracasso das negociações na OMC evidenciou as divergências existentes entre países ricos e os países em desenvolvimento, mas também no seio destes dois blocos, sobre como aumentar a liberalização no comércio mundial.

Depois de nove dias de negociações, os representantes dos 153 países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) separaram-se terça-feira à noite sem acordo e praticamente sem perspectivas de conclusão do ciclo de Doha, lançado no final de 2001.

Enquanto, em nome da União Europeia, o comissário para o Comércio, Peter Mandelson, falava de "passo atrás para o sistema de comércio internacional" e dizia esperar uma retoma do processo no Outono, "após um Verão de reflexão", em Roma o ministro da Agricultura italiano, Luca Zaia, felicitava-se perante o fracasso, considerando que um acordo a "qualquer preço" teria penalizado a agricultura italiana.

Em Paris, a secretária de Estado do Comércio, Anne-Marie Idrac, questionou a viabilidade de uma organização do debate entre 153 países sobre todas as questões comerciais.

"Tornou-se inatingível", considerou, sublinhando que será preciso "ter em conta a ausência de consenso" no seio dos Estados da União Europeia sobre as negociações na OMC "nas etapas que se seguirão".

"Os membros da OMC deverão perguntar-se honestamente se desejam voltar a colar os cacos e como fazê-lo", declarou, por seu lado, o próprio director-geral da OMC, Pascal Lamy.

As discussões fracassaram no mecanismo de salvaguarda especial (SSM) que permite aos países em desenvolvimento aumentar os direitos alfandegários face uma súbita e forte subida das importações agrícolas.

A Índia queria um patamar de desenvolvimento deste mecanismo mais baixo, os Estados Unidos um mais alto.

A discussão em torno do SSM abriu também uma brecha no grupo dos países em desenvolvimento, fazendo renascer os antagonismos entre os grandes exportadores agrícolas (Brasil, Uruguai ou Paraguai) e os que desejam proteger os pequenos agricultores (Índia, Indonésia e Filipinas).

Mas as divergências de interesse entre os países em desenvolvimento não se limitam ao sector agrícola.

Ao aceitar as propostas postas na mesa pelo director-geral da OMC, Pascal Lamy, no grupo das potências comerciais mundiais (EUA, UE, Índia, Brasil, China, Austrália e Japão), o Brasil, que dirige o G-20 dos países emergentes, entrou também em conflito com os seus parceiros do Mercosul, no que respeito à liberalização do comércio dos bens industriais.

A Argentina acusou Brasília de provocar "uma tensão" no seio do Mercosul, a união alfandegária que reúne os dois países e e ainda Paraguai e Uruguai.

Sobre os bens transformados, a Argentina, mas também a África do Sul, que procuram proteger as suas jovens indústrias das reduções acentuadas dos direitos alfandegários, fizeram claramente saber que estavam contra as propostas apresentadas neste campo por Pascal Lamy.

Outras crispações apareceram também entre os países menos desenvolvidos (PMD) que se dividiram sobre o acesso ao mercado americano.

Enquanto o conjunto dos PMD beneficia de um acesso sem quotas nem direitos alfandegários ao mercado da União Europeia, os Estados Unidos só concedem este privilégio aos países africanos.

O Bangladesh e o Camboja, que fazem parte dos PMA, desejariam obter o mesmo estatuto para exportar os seus têxteis para os Estados Unidos, o que é contestado pelo Lesoto, ele próprio exportador de vestuário, que receia esta concorrência.