terça-feira, 21 de abril de 2009

CRUZ VERMELHA QUER PARTICIPAR DE INTERCÂMBIO HUMANITÁRIO

BOGOTÁ, 29 MAR (ANSA) - O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) está disposto a participar da operação humanitária para resgatar o corpo do major da polícia Julián Ernesto Guevara, que faleceu em 2006 quando estava em poder da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

"O Comitê não foi mencionado no comunicado das Farc, mas está disposto, como organização neutra, a participar de qualquer ação humanitária em relação ao conflito armado", disse o porta-voz da CICV em Bogotá, Yves Heller.

Heller se referiu, assim, ao comunicado emitido hoje pela guerrilha, de que estaria pronta para retomar as negociações pela troca de 20 reféns por guerrilheiros presos.

Em uma parte do texto, as Farc afirmam que "quando houver condições propícias", a guerrilha enviará "provas de sobrevivência de 20 militares e policiais (mantidos) prisioneiros" e os restos do major Guevara. Em troca, pedem que o governo colombiano entregue aos familiares os corpos dos chefes guerrilheiros Raúl Reyes, morto em 1º de março de 2008, e de Iván Ríos, assassinado uma semana depois.

O grupo guerrilheiro também pediu à organização humanitária Colombianos pela Paz (CPP), ao qual endereçou a carta, que forneçam "garantias efetivas" para seus porta-vozes Pablo Catatumbo, Carlos Antonio Lozada e Fabián Ramírez, que atuam na mediação, e afirmou que os diálogos necessitam da "participação da comunidade internacional".

A proposta das Farc é divulgada um dia após o presidente colombiano, Álvaro Uribe, ter descartado a possibilidade de um diálogo de paz com grupos guerrilheiros. O mandatário afirmou que sua decisão foi tomada após as mortes dos soldados do Exército, na última semana, atribuídas às Farc.

Assim que soube da possibilidade de receber os restos mortais de Guevara, a mãe do major, Emperatriz de Guevara, afirmou que irá "aonde quer que seja" para buscar o corpo de seu filho.

Guevara faleceu no fim de janeiro de 2006, quando tinha 41 anos, após permanecer sete anos em poder da guerrilha. Ele havia sido sequestrado durante um combate com a guerrilha, junto a outros 42 reféns. Ao anunciar sua morte, as Farc afirmaram que ele havia contraído uma "estranha doença". (ANSA)
29/03/2009 18:00

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