ROMA - O diretor do Programa Ásia e Oceania da Anistia Internacional (AI), Sam Zarifi, disse que "este é realmente um momento crucial para o futuro do Afeganistão, onde os direitos humanos estão por um fio", ao referir-se à cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Nesta sexta-feira (3), países da aliança militar se reúnem em Estrasburgo, na França, para discutir as ações militares no Afeganistão, em um encontro que também marcará o 60º aniversário da organização.
"Infelizmente, os cidadãos afegãos não têm praticamente nenhuma confiança no incerto sistema jurídico do país, um sistema que nega qualquer pedido de justiça", comentou Zarafi.
"O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, deve começar a ficar ao lado dos direitos humanos. O que não queremos ver é que ele renuncie à defesa dos direitos humanos em uma espécie de troca (de votos, ndr.) com os grupos políticos locais", apontou o diretor.
Zarafi explicou ainda que a nova lei que regula o comportamento das afegãs -- a qual permite que os maridos realizem estupros e proíbe todas as mulheres de saírem de casa sozinhas-- "pode prejudicar gravemente o direito de milhões" de cidadãs do país.
"A OTAN deve resolver estes problemas, mas as suas forças, provenientes de outros 40 países, devem ser chamadas a responder plenamente por suas ações e devem agir sobre a base de regras comuns de envolvimento, que garantam o completo respeito ao direito humano. Isto deve valer também para as forças norte-americanas. Não deve haver nenhuma impunidade para a força internacional presente no Afeganistão", defendeu o diretor.
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