O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse, em uma palestra em São Paulo nesta quinta-feira, que a era na qual os países mais ricos dominavam a economia mundial chegou ao fim, e que os países emergentes precisam ter mais influência nas decisões econômicas globais.
"O tempo em que poucas pessoas mandavam na economia mundial acabou, o próximo presidente do Banco Mundial não precisa ser americano nem o diretor do FMI, europeu. Estas instituições devem representar os países em desenvolvimento", disse o premiê.
"Temos que entender que nunca retornaremos às velhas ortodoxias do passado, mas sim construiremos uma nova sociedade ao reformular as instituições financeiras, confiando no livre comércio e nos valores que acreditamos."
"A hora do Brasil, de juntar-se à mesa para liderar também a economia mundial, chegou", afirmou.
G20
A visita do premiê britânico ao Brasil antecede a reunião de cúpula do G20 (grupo que reúne os países mais ricos e as principais nações emergentes), que acontece em Londres no próximo dia 2 e deve ser marcada por discussões sobre como combater a crise econômica mundial.
Precedendo a palestra de Brown, o ministro de Negócios, Empreendimentos e Reforma Regulatória da Grã-Bretanha, Peter Mandelson, disse que o maior desafio do encontro do G20 é tomar medidas corajosas para a recuperação do sistema financeiro global.
O ministro britânico defendeu a ideia de que a crise atual apresse a mudança no equilíbrio de forças econômicas globais.
"Em termos de liderança da economia mundial, a era do G8 acabou. O que vai substituí-lo, no final, vai nos oferecer, tanto no Brasil como na Grã-Bretanha, com um desafio político de primeira grandeza", disse ele. "O Brasil e outros países em desenvolvimento estão sendo vistos como possíveis líderes."
Mas Mandelson disse que o encontro em Londres não deve produzir "respostas em um único dia". "É um processo no qual estamos no início e não no fim. Talvez os resultados do G20 só sejam sentidos dentro de um ano."
Também em sua palestra, Gordon Brown disse que tanto ele como o presidente Lula se comprometeram em rejeitar o protecionismo e apostar no comércio para reaquecer a economia mundial.
Ele também reafirmou seu "apoio total" ao desejo brasileiro de ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, como hoje ocupam Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França.
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