sexta-feira, 17 de abril de 2009

Conheça... Médicos Sem Fronteiras (MSF)

Médicos Sem Fronteiras foi criada em 1971 por um grupo de jovens médicos e jornalistas que, em sua maioria, tinham trabalhado como voluntários em Biafra, região da Nigéria, que, no final dos anos 60, estava sendo destruída por uma guerra civil brutal.

Enquanto trabalhavam para socorrer as vítimas do conflito, eles perceberam que as limitações da ajuda humanitária internacional da época eram fatais. Para tratar dos doentes e feridos era preciso esperar por um entendimento entre as partes em conflito ou pela autorização oficial das autoridades locais. Além das dificuldades burocráticas, os grupos de ajuda humanitária não se manifestavam diante dos fatos testemunhados.

Em 1971, o sentimento de frustração desse grupo e a vontade de assistir às populações mais necessitadas de modo rápido e eficiente deram origem a Médicos Sem Fronteiras.

A organização surgiu com o objetivo de levar cuidados de saúde para quem mais precisa, independentemente de interesses políticos, raça, credo ou nacionalidade. No ano seguinte, MSF fez a sua primeira intervenção, na Nicarágua, após um terremoto que devastou o país.

Hoje, mais de 15 mil profissionais trabalham com Médicos Sem Fronteiras em cerca de 70 países.

Carta dos Médicos Sem Fronteiras

"A organização Médicos Sem Fronteiras leva socorro às populações em perigo e às vítimas de catástrofes de origem natural ou humana e de situações de conflito, sem qualquer discriminação racial, religiosa, filosófica ou política."

"Trabalhando com neutralidade e imparcialidade, os Médicos Sem Fronteiras reivindicam, em nome da ética médica universal e do direito à assistência humanitária, a liberdade total e completa do exercício da sua atividade”.

"Eles empenham-se em respeitar os princípios deontológicos da sua profissão e em manter uma total independência em relação a todo poder, bem como a toda e qualquer força política, econômica ou religiosa”.

"Voluntários, eles medem os riscos e perigos das missões que realizam e não reclamam qualquer compensação que não seja aquela oferecida pela organização”.

Principais ações dos Médicos Sem Fronteiras

Campanhas de vacinação;

Ações de prevenção de doenças;

Assistência a campos de refugiados;

Nutrição terapêutica e suplementar;

Distribuição de alimentos em regiões em situação de fome aguda;
Distribuição de medicamentos;

Assistência médica dentro de instalações públicas pré-existentes;

Reforma de estruturas de saúde - reabilitação de hospitais e clínicas;

Cirurgias;

Construção de hospitais e postos de saúde;

Projetos de saneamento e provisão de água;

Campanhas de sensibilização da opinião pública;

Formação de agentes comunitários;

Formação de pessoal de saúde;

Apoio à reinserção social;

Acompanhamento epidemiológico de um país ou região.

Nos últimos 30 anos, a organização Médicos Sem Fronteiras tornou-se conhecida mundialmente pelo seu trabalho em situações
de emergência. Entretanto, muitas vezes, MSF permanece junto às populações atingidas mesmo depois de controlados os problemas que motivaram a sua presença em determinada região. O trabalho continua na reconstrução de estruturas de saúde, nas atividades de prevenção, nas campanhas de vacinação ou na assistência a refugiados.

Com o passar do tempo, Médicos Sem Fronteiras sentiu a necessidade de intervir com projetos de longo prazo, não apenas para atender as situações pós-emergenciais, como também para levar cuidados de saúde a pessoas afetadas pela exclusão social.

Uma outra característica essencial do trabalho de Médicos Sem Fronteiras é tornar público aquilo que observa em campo. Em circunstâncias extremas, MSF entende que a melhor maneira de proteger a população de desastres humanitários, como genocídios, fome e limpeza étnica, é falar sobre as suas motivações políticas e económicas, mesmo que esta posição comprometa a presença da organização no país.

Principais factos que marcaram a actuação dos Médicos Sem Fronteiras

1972: Primeira intervenção em catástrofe natural, após terremoto na Nicarágua.
1975: Primeira intervenção em zona de guerra, no Vietnam.
1976: Primeiro grande projeto para refugiados, na Tailândia. As equipas assistem os refugiados do Vietnam e do Camboja.
1980: Primeiro projeto de longo-prazo, no Afeganistão.
1984: Grande projeto de nutrição intensiva para vítimas da fome na Etiópia.
1985: MSF é expulsa da Etiópia depois de ter denunciado o desvio da ajuda humanitária e a migração forçada das populações locais.
1987: Primeiros projetos médico-sociais em países desenvolvidos, começando pela França.
1989: Lançamento de programas de saúde na Europa Oriental, depois do colapso do bloco comunista.
1991: Primeira intervenção no Brasil, para conter uma epidemia de cólera na Amazônia.
Médicos Sem Fronteiras denuncia a limpeza étnica e crimes contra a humanidade, na Bósnia-Herzegovina.
1993: MSF chega ao Rio de Janeiro e inicia uma avaliação de campo na comunidade carente de Vigário Geral.
1994: Presença antes, durante e depois do genocídio em Ruanda.
1996: Vacinação de 4,5 milhões de pessoas contra a meningite, na Nigéria.
1997: Intervenção em epidemia de cólera no Oeste da África.
1998: Assistência e envio de medicamentos e de material médico para as vítimas do furacão que varreu a América Central (Honduras, Nicarágua e Guatemala).
1999: Assistência humanitária aos refugiados durante a guerra em Kosovo.
MSF recebe o Prémio Nobel da Paz e lança a Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais.
2000: MSF denuncia a negligência em relação ao povo angolano em meio à guerra entre governo e rebeldes.
2001: MSF critica a operação pão e bombas durante ataque dos EUA ao Afeganistão.
2002: MSF amplia presença em Angola, que, após o fim do conflito de anos, vive a pior crise de desnutrição da África na última década.

A união de intervenção rápida e eficiente com o compromisso de tornar conhecidas as violações de direitos humanos é a forma com que Médicos Sem Fronteiras responde a guerras mundialmente conhecidas, conflitos ignorados, falência de sistemas de saúde, epidemias mundiais como a Aids ou doenças negligenciadas como a tuberculose e a malária. Em 1999, o recebimento do Prémio Nobel da Paz consagrou internacionalmente o trabalho da organização.

É por assumir a sua missão como um desafio permanente que Médicos Sem Fronteiras se mantém presente nos 5 continentes, nas regiões mais remotas.

Um comentário:

Anônimo disse...

natasha sua explicação esta mto boa