terça-feira, 5 de maio de 2009

América Latina - Região pode ter o primeiro retrocesso econômico após seis anos de crescimento

Região deve sentir efeitos negativos da crise em 2009

Adital - Em 2009, a economia da América Latina e do Caribe pode sofrer seu primeiro retrocesso após seis anos de crescimento. Os efeitos da crise internacional serão sentidos fortemente este ano na região. Esses prognósticos foram anunciados pela secretária-executiva da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, durante o Fórum de Economias Emergentes da América Latina, que começou ontem (1º) em Bogotá, Colômbia. Segundo a Cepal, a economia da região deve sofrer uma redução de 0,3% em 2009. A taxa de desemprego regional aumentaria a níveis próximos aos 9%, após ter se situado em 7,5% em 2008, o que corresponderia a uma alta da pobreza. Os países mais afetados seriam México (-2,0% de crescimento), Brasil (-1,0%), Costa Rica (-0,5%) e Paraguai (-0,5%). Panamá, Peru, Cuba e Bolívia manteriam um crescimento positivo igual ou superior a 3%. Já o Equador e o Chile, registrariam aumento nulo em seu Produto Interno Bruto.

Entre os efeitos negativos, a Cepal destaca a desaceleração do comércio internacional, queda dos preços dos bens primários, forte diminuição das exportações, redução das remessas, menores rendas provenientes do turismo e diminuição dos fluxos de investimento estrangeiro direto. De acordo com a Comissão, tudo isso deve ocorrer em um cenário de crescente incerteza em âmbito regional e global, afetando as expectativas do setor privado, com consequências negativas sobre o investimento e o consumo.

A secretária-executiva da Cepal alertou ainda que a diminuição da disponibilidade de financiamento internacional e o aumento dos prêmios de risco da dívida soberana latino-americana também acarretarão consequências para a região. No entanto, Alicia frisou que as economias regionais estão tendo solidez para enfrentar os impactos, aproveitando as reservas acumuladas em anos anteriores.

A Cepal considera que a atual conjuntura provoca a necessidade de implementar políticas contracíclicas, ao mesmo tempo em que as autoridades econômicas têm a sua frente um panorama de falta de espaço macroeconômico para implementar medidas. Alicia Bárcena ressaltou que a crise pode converter-se em uma oportunidade para redefinir os paradigmas do desenvolvimento econômico dominantes.

Algumas das medidas citadas pela Cepal que têm como finalidade reduzir os impactos negativos são: evitar o protecionismo; preservar a capacidade de manter o gasto social, especialmente para aumentar o capital humano; concentrar o investimento em infraestrututa produtiva e social.

Um relatório contendo as medidas adotadas pelos governos da região frente à crise está sendo constantemente atualizado pela Cepal. O documento abrange as seguintes áreas: política fiscal, política monetária, políticas cambiais e comerciais, políticas setoriais, políticas trabalhistas e sociais.

O resumo pode ser acessado em:
http://www.eclac.cl/publicaciones/xml/9/35349/2009-121-Rev.2-Lareacciondelosgobiernos-27FEBRERO-WEB.pdf

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