Aung San Suu Kyi ganhou o prêmio Nobel da paz em 1991. Não pode recebê-lo porque estava presa.
A golpista Junta Militar birmana, - instalada em 1988 e tendo à frente o narco-general Than Shwe-, não permitiu a sua saída do país para receber o prêmio Nobel.
Os generais transformaram a Birmânia num narco-estado. Embolsam o obtido com as vendas de diamantes: a Birmânia tem reserva de diamantes e pedras precisas.
Referidos generais davam sustentação ao recém falecido Khun Sun, conhecido mundialmente como o rei do ópio e das anfetaminas. A Birmânia é responsável pela distribui drogas sintéticas e ópio para toda a Ásia. Ficou conhecida como Narco-estado.
Em 1990 foram realizadas eleições gerais, por pressão internacional.
A vitoriosa foi Aung Suu Kyi, filha de Aung San, o grande herói da independência e que acabou assassinado pelos generais.
Suu Kyi tornou-se a líder da Liga Nacional para a Democracia (NLD). Obteve o seu partido, nas eleições parlamentares de 1990, 392 das 485 cadeiras estabelecidas.
Surpreendidos com a derrota, os militares arrependeram-se de terem realizado as eleições. Então, Aung Suu Kyi, além de não assumir a cadeira de premier, acabou presa por suas idéias e liderança.
Antiga colônia britânica, a Birmânia tornou-se independente em 1948.
A primeira ditadura militar teve início em 1962, sob comando do general Ne Win. Ele foi derrubado pela atual Junta Militar, que assumiu o controle do país em 1988, como frisado acima
Nos últimos 19 anos, Aung Suu Kyi passou 13 em prisão, incomunicável. Parte da pena, — por crime político e de exteriorização do pensamento–, ela cumpre, sempre incomunicável e com a casa cercada de soldados, na residência deixada em herança pelo pai, à beira do lago Inya.
Aung Suu Kyi está com 63 anos de idade. É viúva e não recebeu autorização para comparecer ao enterro do marido, com o qual estava impedida de se relacionar.
Na semana passada, Aung Suu Kyi foi colocada no presídio fechado de Insein. Ela corre o risco, no processo criminal que será julgado amanhã, segunda feira, de receber pena que varia de 3 a 5 anos de cárcere.
O motivo da prisão fechada beira o ridículo.
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John William Yettaw, –um norte-americano de 53 anos de idade, ex-combatente na Guerra do Vietnã e que está aposentado por problemas mentais–, resolveu atravessar o lago Inya a nado e invadir a casa de Aung Suu Kyi. Sua meta, como adepto da religião mórmon dos EUA, era entregar uma bíblia para Aung Suu Kyi.
William nadou 2 km, invadiu a casa e surpreendeu a Nobel com a entrega da bíblia. No dia seguinte à sua aventura, quando estava no aeroporto para retornar aos EUA, foi interrogado pelas autoridades, em atividade rotineira. Outra surpresa: William contou ter conseguido nadar 2 km e logrado entregar uma bíblia à Nobel da Paz.
Interrogada sobre o sucedido, Aung San Kyi, conhecida na Birmânia como o respeitoso apelido de “A Senhora”, confirmou o sucedido e frisou nunca ter visto antes o intruso William.
A acusação é de ter violado as regras da prisão domiciliar ao receber um hóspede.
PANO RÁPIDO. O general-ditador Than Shwe, –que se notabilizou por ter coberto a filha de diamantes em cerimônia de casamento–, prepara, sob pressão das Nações Unidas, uma outra eleição para 2010. Caso condenada, Aung San Suu Kyi, não poderá participar dela e nem se manifestar.
–Wálter Fanganiello Maierovitch–
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