quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Obama: bem vindo ao clube



A saída de George W. Bush da Casa Branca é antecipada por todo o mundo, especialmente entre os países árabes. Mas o que o futuro promete ao novo presidente dos Estados Unidos? Ao que tudo indica, nada em especial. A cada dia que passa, o candidato Barack Obama se mostra mais fortalecido contra seu concorrente JohnMcCain, e mais inclinado a seguir o mesmo caminho destrutivo dos demais presidentes estadunidenses.


É verdade que Obama prometeu um nível de retirada de soldados do Iraque e um grau de negociação com o Irã, mas essas são promessas ambíguas que podem ser modificadas da noite para o dia, devido a pressões internas de lobistas internos .
A história começou a mudar, por exemplo, quando a“retirada do Iraque” se transformou em “transferência para o Afeganistão”, um sinal de que a mentalidade militarista que sempre conduziu a política externa dos Estados Unidos ainda está para mudar. A valiosa lição de que bombas não trazem paz ainda há deser aprendida por políticos estadunidenses.


Desde que Obama se tornou o candidato democrata para as eleições presidenciais, a sua exageração pró-Israel manchou a imagem de “mudança” tão prometida por ele nas fases iniciais de campanha. Ao visitar Jerusalém, a cidade sagrada das três grandes religiões monoteístas, Obama garantiu que, em seu termo como presidente, “Jerusalém permanecerá intacta”. Essa posição, dividida entre todos os presidentes estadunidenses desde a unilateral independência de Israel, nega a Lei Internacional. “Qualquer acordo com o povo palestino deve preservar a identidade de Israel como Estado judeu”, declarou Obama. Assim como qualquer outro líder estadunidense, Obama promete manter a mesma política cega que desestabiliza o Oriente Médio há gerações, protegendo indiscriminadamente Israel e opondo-se a qualquer medida que possa levar a paz à região.Uma pesquisa internacional conduzida pela World Public Opinion em 18 países procurou avaliar a opinião pública quanto ao conflito na Palestina. Os dados foram publicados no dia 1º de julho no portal http://www.worldpublicopinion.org/.

Em 14 países, entre eles Estados Unidos, França e Reino Unido,
a maioria da população afirmou queo governo local “não deveria apoiar a Palestina ou Israel”. Três países declararam apoio ao povo palestino – Egito, Irã e Turquia, ena Índia houve empate na pesquisa. Nos Estados Unidos, 71% dapopulação votaram em não tomar lado algum no conflito. Considerando isso, porque é então que o “candidato da mudança”não ouve a sua própria nação e abandona esse caminho destrutivo quanto à causa da Palestina? Barack Obama visitou Israel e a Europa. Por onde passou, o clima foi festivo e promissor. A mídia ocidental exaltou o desempenho do candidato. Quanto aos palestinos, mais do mesmo: demandas arrogantes e promessas políticas injustas. Ainda em Israel, na cidade sulista de Sderot, um sorridente e emocionado Obama posou para a mídia ocidental com uma camiseta que dizia: “Eu amo Sderot”. Obviamente, ele não visitou Gaza para sentir como seria recebido pelos palestinos. É interessante imaginar o que diria uma camiseta oferecida para Obama pelo povo palestino de Gaza. Mas mesmo assim, ele não posaria com ela para a mídia ocidental.


Humam al-Hamzah
Zaid Muhammad
Jornal Oriente Médio Vivo, 116ª edição
13 de outubro de 2008


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