domingo, 26 de outubro de 2008

Obama e McCain trocam ataques em campanha nos EUA

O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, John McCain, atacou novamente a política de redistribuição de riquezas de seu adversário, o democrata Barack Obama.

A dez dias das eleições americanas no dia 4 de novembro, McCain disse a partidários em Albuquerque no Estado do Novo México, oeste do país, que a classe média vai sofrer com o plano de Obama.

Obama propõe um aumento de impostos de 5% para contribuintes que ganham mais de US$ 250 mil por ano, e defende cortes de impostos para quem ganha menos.

"Ele (Obama) acredita na redistribuição de riqueza. Isto significa tirar dinheiro de um grupo de americanos e dar a outros. Vimos esta medida antes em outros países. (O plano) Não é a América", afirmou McCain.

O candidato republicano afirmou que as pequenas empresas - e seus 16 milhões de funcionários - seriam os atingidos pelo aumento de impostos proposto pelo democrata.

Em resposta, durante um comício em Reno, Nevada, Barack Obama rejeitou os "comentários ofensivos" do lado republicano.

Obama afirmou que os cortes de impostos serão destinados para "os bolsos de 95% das famílias trabalhadoras".

"O senador McCain está jogando contra nós tudo o que ele tem, esperando que algo funcione. Ele até me chamou de socialista ao sugerir que estamos nos concentrando no corte de impostos não para as corporações e para os ricos, mas para a classe média", afirmou.

Pesquisas

As últimas pesquisas de opinião mostram que Obama está na frente na preferência dos eleitores.


Segundo a pesquisa encomendada pela revista Newsweek Obama tem 53% de apoio do eleitorado, contra 40% para John McCain.

O canal de televisão NBC News informou que Obama agora lidera em um número de Estados necessários para conseguir mais dos que os 270 votos no colégio eleitoral, o número necessário para conseguir a presidência.

Segundo o correspondente da BBC em Washington Justin Webb, a equipe democrata continua cautelosa, mesmo com a liderança nas pesquisas.

McCain admitiu que está alguns pontos abaixo nas pesquisas de opinião, mas disse aos partidários no comício do Novo México que "não desistam da esperança".

"Levantem-se para defender nosso país de seus inimigos - levantem-se e lutem. Vale a pena lutar pela América", disse o republicano.

McCain também tentou se distanciar do presidente George W. Bush.

"Não podemos passar os próximos quatro anos como passamos grande parte dos últimos oito, esperando que nossa sorte mude no país e em outros países", afirmou.

Obama, por sua vez, destacou exemplos do apoio que McCain deu ao presidente Bush nos últimos oito anos, incluindo a menor regulamentação para empresas.

O candidato pediu um "verdadeiro debate" a respeito da economia, acrescentando: "Creio que já tivemos o bastante da economia Bush-McCain".

Estados estratégicos

Obama passou a quinta e a sexta-feira com sua avó. Ele disse estar preocupado com a possibilidade de ela não viver até o dia da eleição.

McCain passou a sexta-feira no Estado de Colorado, considerado estratégico para a campanha republicana, junto com Nevada e Novo México.

Nos três Estados, Bush venceu as eleições com vantagens pequenas em 2004. Obama tem conseguido bons resultados nas pesquisas, devido ao alto número de eleitores hispânicos.

A candidata à vice-presidência dos republicanos, a governadora do Alasca Sarah Palin, interrompeu sua campanha na sexta-feira para depor em um comitê no seu Estado, que investiga acusações de abuso de poder da governadora.

Ela é acusada de violar códigos de ética ao demitir a principal autoridade de segurança do Estado, Walt Monegan, que teria se negado a demitir o ex-cunhado de Palin, que é policial.

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