quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Fórum de Davos começa nesta quarta com crise no centro das discussões
Tem início nesta quarta-feira (28) a edição 2009 do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), encontro que reúne cerca de 2.500 dirigentes políticos e empresariais na cidade de Davos, na Suíça. Segundo analistas, o encontro deve ser dominado pelas discussões sobre a crise financeira que teve início no mercado imobiliário americano e se espalhou pelo mundo.
O presidente e fundador do WEF, Klaus Schwab, disse que o encontro terá que debater meios de "reconstruir a arquitetura financeira mundial" e "reativar a economia do planeta". "Ainda estamos no meio da crise", admitiu Schwab.
O discurso inaugural será feito pelo primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, que estará em Davos pela primeira vez. Ao seu lado, estarão alguns peso-pesados, como Jean-Claude Trichet, presidente do BC europeu, e Ban Ki-moon, secretário-general da Organização das Nações Unidas (ONU).
Também devem participar Pascal Lamy, diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC), Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, além de políticos como o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao e o inglês Gordon Brown. A chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro-ministro japonês Taro Aso também deverão estar presentes.
Ausências
No entanto, o encontro terá também algumas ausência notáveis. A mais sentida deverá ser a do novo presidente dos EUA, Barack Obama, que não tem presença prevista no evento, segundo os organizadores do Fórum Mundial.
A delegação norte-americana deve ser representada por Valerie Jarret, conselheira econômica de Obama, e por outros nomes como o do ex-presidente Bill Clinton e do ex-vice Al Gore. Outra ausência deverá ser a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a Presidência da República, até a última sexta-feira (23) não estava prevista a participação de Lula no evento. Ao invés de Davos, Lula deverá estar em Belém, onde participará do Fórum Social Mundial.
Na Suíça, a comitiva brasileira será encabeçada pelo chanceler Celso Amorim e pelo presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. Quem também deve comparecer é o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB).
Reformas financeiras
Outro tema que deverá ser discutido no evento é a reforma de instituições globais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
A idéia, já discutida nas reuniões do G20 - grupo que reúne países ricos e em desenvolvimento - é aumentar a representatividade das nações emergentes, de modo que essas organizações ganhem mais força para tomar medidas de alcance global contra a crise.
Rodada de Doha
Também podem acontecer encontros para avançar nas negociações da Rodada de Doha – as discussões para facilitar o comércio mundial, que se arrastam há vários anos sem chegarem a uma conclusão.
A presença do chanceler brasileiro Celso Amorim pode ser um indicativo que esse tema será abordado, uma vez que ele é um dos principais incentivadores das negociações. Davos também terá a presença do ministro indiano que foi considerados um dos responsáveis pelo colapso das últimas negociações sobre Doha, no segundo semestre do ano passado.
(Com informações da France Presse)
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Analistas vêem oportunidades para o Brasil com Obama
Da BBC Brasil em Washington
Os biocombustíveis, a crescente importância internacional do Brasil, uma maior familiaridade com temas latino-americanos e uma provável postura menos isolacionista por parte dos Estados Unidos são alguns dos fatores que servirão como oportunidades para os brasileiros durante a gestão do presidente eleito americano, Barack Obama, na opinião de analistas ouvidos pela BBC Brasil.
Mas eles acrescentam que a gravidade da turbulência econômica global, a guerra no Iraque, o desafio representado pelas ambições nucleares do Irã e os mais novos desdobramentos no conflito entre Israel e palestinos deverão jogar as relações com o Brasil para o segundo plano na política externa americana.
O diretor do Brazil Institute do centro de pesquisas políticas Woodrow Wilson Center, em Washington, Paulo Sotero, diz que a crise limita as opções nas relações entre os dois países, mas julga animador o fato de que altos representantes da futura administração de Obama têm laços com o Brasil, a começar pela indicada para comandar o Departamento de Estado - a senadora Hillary Clinton.
"Ela conhece bem o Brasil e talvez seja a primeira secretária de Estado americana que inicia a função com uma base sólida de conhecimentos e contatos brasileiros", afirma Sotero. "Está familiarizada com os avanços em política social do país e, quando primeira-dama, visitou projetos desse tipo no Brasil."
"Conhece a questão do biocombustível e está perfeitamente consciente da importância que o Brasil ocupa no cenário internacional", acrescentou.
Livre comércio
Há outros expoentes da futura administração que, na avaliação de Sotero, poderiam ter posturas que beneficiariam o Brasil, em especial no que diz respeito a temas de livre comércio.
Entre eles, o diretor do Brazil Institute identifica Ron Kirk, representante do Comércio indicado por Obama, e o futuro secretário de Agricultura, Tom Vilsack.
"Kirk é claramente uma pessoa alinhada com a liberalização do comércio", diz Sotero. "É um bom político, apoiou o Nafta (o tratado de livre comércio entre Estados Unidos, México e Canadá), é do Texas e, por isso, compreende os efeitos positivos e negativos que o Nafta teve em alguns setores da economia americana."
"Tom Vilsack é uma figura interessante, que pode ter um peso importante nas relações com o Brasil", acrescenta o analista. "É ex-governador de Iowa, o maior celeiro agrícola e o maior produtor de etanol, mas é também um defensor da reforma da política agrícola americana."
De acordo com Sotero, a despeito de sua origem, Vilsack também não é um defensor da atual lei agrícola americana, conhecida como farm bill, que oferece vultosos subsídios para agricultores americanos.
Possíveis reformas da farm bill e reduções aos subsídos agrícolas costumam esbarrar em restrições por parte da ala ruralista do Congresso americano.
Paulo Sotero avalia que, se obtiver êxito em conter a crise nos primeiros anos de sua administração, Obama poderá dar mais atenção aos temas de liberalização comercial.
"Obama e seu principal assessor econômico na Casa Branca, o ex-secretário do Tesouro Larry Summers, são internacionalistas, compreendem perfeitamente bem a importância do comércio como fator de dinamização do crescimento da economia, mas ao mesmo tempo estão bem cientes das limitações que enfrentam hoje para levar adiante essa plataforma", afirma.
Multilateralismo
Christopher Garman, diretor para a América Latina da empresa de consultoria de riscos Eurasia Group, avalia que o Oriente Médio vai permanecer sendo o foco prioritário do governo americano, mas crê que o "ímpeto mais multilateral" de Barack Obama poderá ajudar os brasileiros.
"Nesse sentido, o Brasil pode ganhar um assento na mesa em grandes temas de discussão internacional, como a crise econômica global", afirma.
Mas Garman diz que a mesma crise econômica que pode alçar o Brasil a um papel de maior expressão também vai dificultar os avanços firmados na relação entre as duas nações.
"O governo Obama já deixou explícita sua defesa de uma política agressiva de incentivo a energias renováveis", afirma o diretor do Eurasia Group.
"As perspectivas para cooperação entre Brasil e Estados Unidos em etanol permanecem boas, mas é preciso ter em vista que tudo ficou mais difícil com a crise", acrescenta. "Produtores de etanol no Brasil e nos Estados Unidos estão sofrendo com a baixa do petróleo."
Garman diz acreditar, no entanto, em um possível desdobramento positivo da crise para o Brasil. Segundo o analista, os americanos poderiam se ver obrigados a gradualmente reduzir a sobretaxa de US$ 0,54 que é cobrada sobre o etanol brasileiro que entra no mercado americano.
"O governo (de Obama) deve manter as metas de utilização de biocombustíveis elevadas", afirma. "Isso significa que vai haver mercado dentro dos Estados Unidos para maior produção de etanol, e os produtores domésticos talvez não possam cumprir as metas de produção estabelecidas pelo governo."
"Isso abre um espaço para que os produtores de etanol do Brasil exportem para os Estados Unidos e cria um incentivo econômico para a redução da tarifa", acrescenta.
América Latina
Christopher Garman afirma que "a América Latina vai permanecer tendo baixa prioridade", mas avalia que o papel cada vez maior do Brasil em fóruns internacionais é algo visto com bons olhos pela administração de Obama.
Na opinião de Garman, a crise financeira global deverá abalar alguns dos vizinhos brasileiros que vêm adotando uma retórica antiamericana.
"Venezuela, Equador, Bolívia e Argentina têm tremendas vulnerabilidades econômicas, seja porque dependem de petróleo como fonte de receita ou porque já entraram na crise financeira enfrentando dificuldades macroeconômicas significativas", diz o analista.
Com o agravamento da crise, essas nações poderão, na avaliação do diretor do Eurasia Group, retomar uma postura de desafio aos Estados Unidos e, dessa maneira, aproximar os americanos de seus aliados tradicionais na região, como Brasil e México.
Cuba
Para Paulo Sotero, um provável relaxamento das sanções americanas contra Cuba, como Obama sinalizou durante a campanha presidencial, representaria outra oportunidade para o Brasil e para os latino-americanos.
"A inclinação do presidente Obama de iniciar um processo de relaxamento das medidas de isolamento de Cuba tomadas por Bush, como restrições de remessas de dinheiro para a ilha por parte de cubanos-americanos e restrições de viagens para Cuba, serão bem recebidas na América Latina", afirma.
Essas possíveis medidas, segundo o analista, "abrem caminho para interesses dos Estados Unidos, que querem uma transição pacífica em Cuba, para os cubanos, que vivem uma situação econômica bem difícil, e para o Brasil, que quer ter uma participação na reconstrução da economia cubana".
Sotero diz que o Brasil teria condições, e contaria com a aprovação americana, de contribuir para que os cubanos reerguessem sua indústria açucareira e instalassem no país caribenho uma indústria de etanol capaz de suprir as necessidades de combustível e boa parte das necessidaes de eletricidade de Cuba.
O analista lembra ainda que, ainda nos primeiros cem dias da administração Obama, o novo governo americano terá algumas oportunidades de se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula deverá ir a Nova York em março, para uma cúpula de empresários, e pode ter seu primeiro encontro com o novo presidente dos Estados Unidos.
Os dois líderes deverão se reunir novamente no mês seguinte em duas ocasiões: primeiro, na Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, e no final de abril, na Grã-Bretanha, na reunião de chefes de governo do G-20.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Matsuura saúda libertação de Win Tin em Myanmar
Paris, 24/09/2008 – O Diretor Geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, expressou nessa terça-feira, 23, sua “imensa alegria” com a notícia da libertação, pelas autoridades de Myanmar, de U Win Tin (foto), vencedor do Prêmio UNESCO/Guillermo Cano de Liberdade de Imprensa 2001. Tin estava preso há 19 anos.
“É com imensa alegria que saúdo a soltura de U Win Tin”, disse Matsuura. “Com a libertação de Tin e de outros prisioneiros, as autoridades deram um sábio e positivo passo em direção ao respeito ao direito humano fundamental da liberdade de expressão, componente indispensável da democracia e do estado de direito.”
U Win Tin, 79 anos, foi editor do jornal diário Hanthawati, vice-presidente da Associação de Escritores de Myanmar's e fundador da Liga Nacional para Democracia, entidade dirigida por Aung San Suu Kyi, que permanece em prisão domiciliar. Preso em julho de 1989, foi acusado de pertencer ao banido Partido Comunista de Myanmar e condenado a 14 anos de prisão. Em 1996, recebeu sentença adicional de cinco anos por quebrar regras da prisão que proibiam a posse de materiais para escrita. Matsuura solicitou por diversas ocasiões a libertação de U Win Tin invocando tanto motivos humanitários quanto o direito humano fundamental da liberdade de expressão.
domingo, 20 de julho de 2008
Está Chegando !!
Mais uma vez, nos colocamos à disposição para quaisquer dúvidas no e.mail comunicacao@mirin-puc.com .
Em breve, uma versão digitalizada do Mirinfo também estará aqui no blog!
Aproveitamos, ainda, para informar que só haverá duas edições do Mirinfo durante a semana (terça, dia 22, e sexta, dia 25), além de edições menores para as pérolas.
Bem-vindos ao Mirin!
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