quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Países ricos devem aumentar imigração de baixa qualificação, diz OCDE

Os países ricos deveriam adaptar suas políticas de imigração para atrair trabalhadores estrangeiros de baixa qualificação, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

De acordo com o estudo Panorama Internacional da Migração (2008), que se baseou em dados de 2006, os 30 países da OCDE competem para atrair imigrantes altamente qualificados ao mesmo tempo em que apertam o cerco contra imigrantes menos qualificados, apesar da demanda crescente por ocupações deste tipo.

O relatório critica o fato de que a maioria dos países do bloco utiliza programas de trabalho temporários para atrair imigrantes de baixa qualificação.

Em 2006, 2,5 milhões de pessoas entraram nos países membros da OCDE com contratos temporários, um número quase três vezes maior do que o de imigrantes que emigraram com contratos permanentes.

Ainda assim, o relatório salienta que a “migração temporária cresce a um passo muito mais lento do que a permanente”.

Na avaliação do secretário-geral da organização, Angel Gurría, a construção de políticas de migração que partem do princípio de que os trabalhadores estrangeiros ficarão apenas por um curto período de tempo "não é a decisão certa a tomar".

"Essas políticas não são eficientes nem fáceis de se aplicar”, disse.

Brasil

O estudo da OCDE ainda aponta que 4 milhões de pessoas emigraram para os países do bloco em 2006, um aumento de 5% em relação ao ano anterior.

Entre os principais motivos estavam reunificação familiar (44%) e oportunidades de emprego (14%).

Os Estados Unidos receberam o maior fluxo de imigrantes, com 1,3 milhão de pessoas, seguidos por Reino Unido (340 mil), Espanha, Canadá e Alemanha.

Segundo o relatório, a China é o país que mais exportou imigrantes para os países da OCDE. Em 2006, 473 mil chineses buscaram novas oportunidades no exterior.

O Brasil também figura entre os 20 primeiros da lista, tendo enviado 101 mil brasileiros para os países do bloco em 2006, um aumento de 6% em seis anos.

O relatório destaca que em 2007, os países da OCDE concordaram em convidar Chile, Estônia Israel, Rússia e Eslovênia para fazer parte do grupo.

Além disso, aumentou os laços com Brasil, Rússia, Índia Indonésia e África do Sul com vistas a uma possível integração desses países.

“Em 2006, o fluxo de imigrantes provenientes desses países representaram 900 mil pessoas, sendo que 800 mil vinham dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China)", disse o relatório.

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