domingo, 19 de outubro de 2008

República Democrática do Congo

Um vasto país com imensas reservas naturais: esta é a República Democrática do Congo.

A história do país tem sido marcada pela corrupção e guerra civil. Depois da independência, em 1960 (era colônia da Bélgica), o país imediatamente encarou um lavante militar e uma tentativa de separação da provícia de Katanga, rica em riquezas minerais.

Um ano depois, seu primeiro-ministro, Patrice Lumuba, foi seqüestrado e morto por tropas do exército de Joseph Mobutu.

Em 1965, Mobutu tomou o poder, passou a adotar o nome de Mobutu Sese Seko e mudou o nome do país para Zaire.

União Soviética

Mobutu tornou o Zaire uma plataforma de operações contra Angola, que era então apoiada pela União Soviética.

No entanto, ele também fez o país se transformar em um sinônimo de corrupção.

Em 1997, a Ruanda invadiu o Zaire para acabar com os rebeldes extremistas Hutu, o que deu impulso a outros grupos contra o presidente Mobutu.

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO
População: 52,7 milhões (ONU, 2003)

Capital: Kinshasa

Línguas: francês, lingala, kiswahili, kikongo e tshiluba.

Expectativa de vida: 41 anos para homens e 43 anos para mulheres

Renda anual per capita: US$ 80 (aproximadamente R$ 240). Para efeito de comparação, a renda per capita brasileira é de US$ 3 mil (aproximadamente R$ 8,5 mil)

A capital Kinshasa foi capturada rapidamente e o novo ditador, Laurent Kabila, mudou outra vez o nome do país para República Democrática do Congo.

Entretanto, os problemas continuaram. Kabila se envolveu em uma nova briga com seus antigos aliados - e uma nova rebelião teve início.

A Angola, a Namíbia e o Zimbábue tomaram o lado de Kabila, transformando o país num vasto campo de batalha.

O governo deixou de controlar grandes partes do território, o que levou à situação que perdura até hoje.

Confira abaixo um roteiro de perguntas e respostas sobre os conflitos vividos no país mais recentemente.

A guerra acabou?

A República Democrática do Congo fez dura pressão e a população certamente espera que sim.

Aproximadamente 3 milhões de pessoas foram mortas na guerra que durou quase cinco anos.

Pelo menos outros seis exércitos da África também passaram a participar do conflito, juntamente com numerosos grupos rebeldes e milícias.

No entanto, tensões permanecem na rica região mineral de Ituri, no nordeste do país.

Qual foi o motivo da guerra?

Um mortal coquetel de rivalidades étnicas e recursos naturais.

A República Democrática do Congo tem o mesmo tamanho da Europa ocidental e mais de 250 grupos étnicos disputando poder e riqueza.

Em 1998, rebeldes apoiados por Ruanda e Uganda tentaram depor o ex-presidente Laurent Kabila.

Eles o acusaram de deixar grupos rebeldes atacarem os países vizinhos partindo de suas bases no Congo.

Os rebeldes estavam a ponto de tomar o poder quando a Angola, o Zimbábue e a Namíbia resolveram intervir em nome do governo congolês depois que a situação parecia estar num grande impasse.

A ONU acusou altas autoridades de Ruanda, Uganda e Zimbábue de usar a intervenção no Congo como desculpa para saquear suas imensas riquezas minerais - em especial, os diamantes.

Por que o novo governo foi formado?

Todos os lados ficaram cansados de lutar e ficou óbvio que ninguém conseguiria assegurar uma vitória militar.

Doadores de países ocidentais e a África do Sul também pressionaram as partes para colocar um fim na guerra.

A Grã-Bretanha ameaçou reduzir ajuda à Ruanda e à Uganda a menos que eles retirassem suas forças do país e parassem de apoiar grupos locais.

A África do Sul foi anfitriã de meses de negociações entre os vários grupos congoleses, além de conversas entre os governos estrangeiros envolvidos.

O trabalho finalmente culminou com este acordo para dividir poder e organizar eleições multipartidárias.

Todas as tropas estrangeiras agora foram oficialmente retiradas.

Os congoleses acreditam que a paz chegou para ficar?

Eles não acreditam em nada totalmente. Houve vários acordos de paz, mas este parece ser mais forte.

Entretanto, a República Democrática do Congo sempre experimentou conflitos ou ditaduras desde se tornar independente da Bélgica, em 1960.

E esperar eleições livres e limpas em um país vasto, que não é ligado por estradas ou ferrovias, parece ser muito otimismo.

Quais são as possíveis convergências?

Juntar antigos inimigos para trabalhar juntos pelo interesse nacional provavelmente não será um processo rápido e direto.

A posse do novo governo foi ameaçada por uma discussão sobre quantos guarda-costas cada lado poderia levar para a capital Kinshasa.

E um novo Exércitio, unificado, tem que ser criado a partir das diferentes forças.

As tropas de paz lideradas pela França colocaram um fim à luta em Bunia, capital da província de Ituri, mas devem sair de lá em agosto, quando serão substituídos por uma equipe da ONU vinda de Bangladesh.

Nenhuma das várias milícias de Ituri está representada no novo governo nacional - uma omissão que o governo de Uganda chama de "um grande erro".

Por que a paz no Congo é importante?

Além do benefício trazido para os cerca de 50 milhões de congoleses, a paz no país também traria esperança para a totalidade da região - centro e sudoeste da África.

A guerra congolesa está intimamente ligada com o conflito de Ruanda, Burundi e Uganda.

A paz poderia se espalhar a partir da República Democrática do Congo, já que a guerra também fez esse caminho.

Também deverá haver lucro para as companhias mineradoras da África do Sul, que deverão expandir suas atividades em tempos de paz.

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