Der Spiegel
Houve quase 500 atentados terroristas no território da União Européia em 2006, mas apenas um deles, um complô para explodir uma bomba transportada em uma mala que foi impedido pelas autoridades da Alemanha, se relacionava ao terrorismo islâmico, de acordo com um novo relatório da União Européia. Enquanto isso, o julgamento de um dos principais suspeitos pelo complô na Alemanha foi adiado, no Líbano.
Quase nenhum dos atentados realizados na União Européia em 2006 tinha relação com o terrorismo islâmico, mas o potencial impacto de um ataque cujo objetivo seria gerar grande número de vítimas faz do terrorismo islâmico uma prioridade para os investigadores europeus, ainda assim.
De acordo com relatório divulgado na terça-feira pela Europol, a organização policial da União Européia, houve 498 atentados terroristas em território da União em 2006. Apenas um ¿o caso alemão já mencionado- foi perpetrado por terroristas islâmicos.
A vasta maioria dos ataques terroristas foram executados por grupos separatistas e tiveram por alvo a Espanha e a França. Quase todos eles "resultaram apenas em danos materiais e não tinham a morte por objetivo", de acordo com os autores do relatório.
Mas ataques islâmicos como o caso da mala explosiva na Alemanha e os atentados em massa contra aviões que foram impedidos no Reino Unido tinham por objetivo causar grande número de vítimas, de acordo com o estudo, e como resultado "investigações sobre o terrorismo islâmico são claramente uma prioridade para as agências policiais dos países membros".Metade das 706 detenções relacionadas a terrorismo, em 2006, tinham conexão com o terrorismo islâmico, e França, Espanha, Itália e Holanda lideraram em termos de número de suspeitos de terrorismo islâmico detidos.
Alguns poucos ataques por grupos anarquistas ou de extrema esquerda também foram registrados na Alemanha, Grécia, Itália e Espanha. O relatório concluiu que Espanha, França e o Reino Unido são os países da União Européia mais "severamente afetados" pelo terrorismo.
Um dos dois principais suspeitos no complô da mala explosiva alemã, Jihad Ahmad, foi colocado em julgamento na capital libanesa, Beirute, na quarta-feira, em companhia de três outros suspeitos libaneses.
No entanto, o julgamento foi imediatamente adiado para o dia 18 de abril, porque a defesa pediu que o caso fosse transferido para a cidade de Trípoli, no norte do país, a região de origem dos acusados. O outro principal suspeito, Youssef Mohammed el-Hajdib, está preso na Alemanha, mas será julgado in absentia pelo tribunal libanês, de acordo com informações veiculadas pela imprensa.
Enquanto isso, um novo relatório do Oxford Research Group, uma organização britânica de pesquisa, alertou que a política britânica e norte-americana quanto ao Iraque "gerou mais terrorismo na região". O relatório, intitulado "Beyond Terror: The Truth About the Real Threats to Our World" para além do terror: a verdade sobre as ameaças reais ao nosso mundo, afirma que a guerra contra o terrorismo que está em curso e, especialmente, a guerra no Iraque estão elevando o risco de futuros ataques terroristas em escala semelhante ao de 11 de setembro de 2001.
"Tratar o Iraque como parte da guerra contra o terrorismo... criou uma zona de treinamento de combate para os combatentes da jihad", afirma o estudo, alertando igualmente que qualquer intervenção militar no Irã seria "desastrosa". O relatório acrescentou que os Estados Unidos "são cada vez mais vistos como maior ameaça à paz mundial".
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