A Comissão Européia publicou um relatório sobre o impacto dos biocombustíveis no preço dos alimentos e na agricultura do continente. O estudo toma como base a meta de uso de 10% de biocombustíveis em 2020. As conclusões do relatório, elaborado pelo Diretório Geral para Agricultura e Desenvolvimento Rural (DG AGRI), indicam que a meta não deve aumentar muito a necessidade de área nem o preço dos alimentos.
Para elaborar o estudo, o DG AGRI assumiu sete premissas:
:: Adoção da segunda geração de tecnologia para biocombustíveis. Segundo o estudo, em 2020, 30% do biocombustíveis usados no Velho Continente serão de 2ª geração.
:: Terra arável disponível. Assume-se que terra não usada para produção de alimentos e ração pode ser usada para a produção de biocombustíveis, embora atualmente exista legislação que limite este uso. A premissa tecnológica também tem impacto direto sobre o uso da terra, pois com as novas técnicas, a mesma área deve produzir de 30% a 40% a mais de energia.
:: Participação do diesel e da gasolina no mercado europeu. O DG AGRI assumiu 55% do total para o diesel em 2020.
:: Política comercial para importação de matéria-prima e biocombustível. O estudo leva em conta que as atuais políticas irão permanecer, com mercado liberado para importação de oleaginosas, óleos e biodiesel. O mercado de etanol deve continuar protegido. O relatório considera que para a segunda geração de biocombustíveis, o custo de transporte e não as tarifas serão o fator limitador da oferta.
:: Localização das indústrias de biocombustíveis. Este fator tem impacto nos sub-produtos da indústria de biocombustíveis. O DG AGRI considera que a demanda por biodiesel continuará a ser suprida pela produção local.
:: Mercado global de commodities. O relatório considera a competitivadade da indústria de biocombustíveis em relação aos derivados de petróleo e à produção de combustíveis renováveis para outros fins como aquecimento e refrigeração.
:: Preço do petróleo. O preço do barril foi estimado em € 45 (US$ 51,75, pela cotação do dólar usada no estudo).
Diante deste cenário, a adição de biodiesel nos países da União Européia deve ser de 9,5% em 2020, enquanto a do etanol será de cerca de 8%. Assim, o consumo de biocombustíveis totalizaria cerca de 35 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (mtoe).
As importações previstas pelos países da UE para 2020 são as seguintes:
:: Trigo: 5 milhões de toneladas;
:: Milho: 2,5 milhões de toneladas;
:: Canola: 12,26 milhões de toneladas;
:: Girassol: 1,94 milhões de toneladas;
:: Soja, 17,53 milhões de toneladas;
:: Açúcar: 2,12 milhões de toneladas;
:: Óleo de canola: 0,09 milhões de toneladas;
:: Óleo de girassol: 0,39 milhões de toneladas;
:: Óleo de soja: 0,80 milhões de toneladas;
:: Óleo de dendê (palma): 3,62 milhões de toneladas.
Relatório da União Européia sobre impacto dos biocombustíveis nos alimentos. (Em inglês, PDF).
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