Por Alister Doyle e Gabriela Baczynska
POZNAN (Reuters) - Um grupo de 43 países pequenos localizados em ilhas pediu nesta quarta-feira metas mais rígidas para o combate ao aquecimento global do que aquelas cogitadas no encontro da ONU sobre o clima, dizendo que a elevação dos níveis dos mares pode varrê-las do mapa.
"Não estamos preparados para assinar um acordo suicida que pode fazer ilhas-Estado desaparecerem", disse Selwin Hart, de Barbados, coordenador da aliança de pequenas ilhas-Estado, à Reuters no encontro de 187 nações.
A reunião entre os dias 1o e 12 de dezembro em Poznan, na Polônia, analisa o progresso do estágio intermediário de uma iniciativa de dois anos por um novo tratado da ONU que sucederá o Protocolo de Kyoto. Espera-se um acordo em torno do novo tratado até o final de 2009 em Copenhagen.
As 43 nações, incluindo atóis de coral do Oceano Pacífico até o Índico, dizem que o aquecimento global deveria ser limitado a um máximo de 1,5 graus Celsius acima da época pré-industrial, abaixo da meta de 2 graus Celsius da União Européia.
As temperaturas médias subiram cerca de 0,7 graus Celsius no último século e muitos cientistas dizem que mesmo a meta da UE, a mais rígida sendo amplamente cogitada, já pode ser inatingível por causa das crescentes emissões de gases de efeito estufa resultantes da queima de combustíveis fósseis.
Hart disse que é a primeira vez que a aliança estabelece uma meta comum de temperatura. A elevação das temperaturas e dos mares danificaria corais, causaria a erosão das costas, perturbaria o regime de chuvas e aumentaria a incidência de doenças, dizem eles.
Estados baixos, como Tuvalu e Kiribati, dizem correr o risco de ser submersos pela elevação dos mares, já que o aumento das temperaturas poderia derreter o gelo na Groenlândia e na Antártica. A água mais quente também ocupa mais espaço do que a fria, elevando seus níveis.
"Um aumento de 2 graus Celsius comparado com os níveis pré-industriais teria conseqüências devastadoras em pequenas ilhas-Estado em desenvolvimento", dizem as nações em comunicado conjunto.
"Meu país está realmente sofrendo", disse Amjad Abdulla, das Ilhas Maldivas. Ele conta que algumas pessoas ali já vivem em casas parcialmente inundadas.
Bernaditas Muller, das Filipinas, disse que um aumento de 2 graus Celsius varreria um terço do território de seu país. A elevação dos mares também encharcaria as costas de Bangladesh à Flórida. também encharcaria as costas de Bangladesh à Flórida. de cerca de 40 por cento abaixo dos níveis de 1990 até 2020 e mais de 95 por cento até 2050.
Esses cortes são muito mais severos do que aqueles cogitados pelos países industrializados, que enfrentam problemas adicionais para realizar novas reduções devido à crise financeira global.
Para mais informações: http://www.abril.com.br/noticias/mundo/paises-localizados-ilhas-pedem-acordo-climatico-mais-duro-200839.shtml
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