quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Venezuela expulsa embaixador de Israel, que estuda resposta recíproca
Em resposta, Israel disse nesta quarta que "está considerando" expulsar o mais alto representante diplomático venezuelano no país. A resposta deve ser tomada até a noite, segundo o porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor.
- Estamos estudando a resposta, que poderia ser recíproca - disse uma fonte israelense.
Além de expulsar o embaixador de Israel e "reduzir ao mínimo" a representação diplomática do país em Caracas, o ministro de Relações Exteriores venezuelano, Nicolás Maduro, acusou o governo israelense de tentar promover um "genocídio" de palestinos. Numa entrevista coletiva transmitida por televisão, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, atacou o Exército israelense.
- Eles são covardes - disse Chávez, segundo a rede de TV CNN. - É como se um lutador profissional de boxe viesse aqui e desafiasse você a lutar. Que coragem! Como é corajoso o Exército israelense!
Após as declarações do chanceler venezuelano, o ministério israelense de Relações Exteriores divulgou um comunicado afirmando que "continuará se defendendo de seus inimigos, entre eles o Hamas e o Irã, com os quais a Venezuela tem estreitos laços".
"A Venezuela deve escolher de que lado desta guerra está. Deve escolher entre os que lutam contra o terrorismo e entre os que o apóiam. Não é nenhuma surpresa que a Venezuela tenga esclarecido ao mundo novamente de que lado se posiciona", acrescenta a nota.
Esta é a segunda vez que a Venezuela suspende suas relações com Israel. A primeira foi em 2006, após a guerra de Israel com o Líbano. Na ocasião, Chávez retirou o mais importante diplomata venezuelano de Tel Aviv em protesto contra a morte de civis libaneses em bombardeios israelenses. Em resposta, Israel retirou seu mais alto representante de Carcas.
domingo, 28 de setembro de 2008
Cooperação Nuclear entre Venezuela e Rússia
Putin oferece ajuda nuclear à Venezuela em visita de Chávez
Por Christian Lowe e Oleg Shchedrov
NOVO-OGARYOVO, Rússia (Reuters) - O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, disse que está pronto para considerar uma ajuda à Venezuela no desenvolvimento de seu programa de energia nuclear, depois de se encontrar com o presidente Hugo Chávez na quinta-feira.
A medida em direção à cooperação mais próxima no setor militar entre Moscou e Caracas acontece pouco depois do conflito na Geórgia, que causou condenações generalizadas do Ocidente sobre a intervenção russa no país.
A proposta de apoio a Chávez, um crítico declarado dos Estados Unidos, acontece dias depois de a Rússia bloquear uma reunião entre líderes de grandes potências na ONU em Nova York para discutir sanções contra o Irã por seus planos nucleares.
"Estamos todos prontos para operar na esfera da energia atômica pacífica", disse Putin no início de uma conversa com Chávez em sua residência nos arredores de Moscou.
A visita do líder sul-americano acontece uma semana depois que aviões russos de bombardeio voaram até a Venezuela.
"Não posso deixar de te agradecer pela recepção cordial dada aos nossos bombardeiros estratégicos que ficaram por vários dias na Venezuela", disse Putin.
Em uma segunda manobra militar, navios de guerra russos estão se dirigindo para o Caribe para exercícios militares em conjunto com a Venezuela.
A Rússia deixou claro que os exercícios militares recentes são uma resposta aos Estados Unidos, que mandaram navios de guerra para levar ajuda humanitária para a Geórgia.
"AMIGO VLADIMIR"
Chávez, que chamou Putin de "amigo Vladimir", espera aprofundar os laços militares com a Rússia durante sua visita de dois dias. Putin disse que a Rússia está pronta para considerar vendas de armas para a Venezuela, acrescentando que Moscou estava prestando mais atenção em toda a região.
"A América Latina está se tornando uma ligação muito importante na corrente do novo mundo multi-polar que está se formando, e iremos prestar mais e mais atenção nessa direção de nossas políticas econômicas e externas", disse.
No dois últimos anos, 12 contratos de armas com o valor total de 4,4 bilhões de dólares foram assinados entre Rússia e Venezuela, segundo uma fonte do Kremlin. A Rússia também decidiu oferecer à Venezuela um crédito de 1 bilhão de dólares para comprar mais armas, disse a fonte.
Agências de notícias russas disseram que a Venezuela mostrou interesse na compra de submarinos, armas anti-aéreas e aviões militares.
Os Estados Unidos e a União Européia são dependentes das exportações de petróleo e gás vindos da Venezuela e da Rússia, outra esfera na qual Putin anunciou mais cooperação.
"Estou muito feliz de dizer que o lançamento da primeira plataforma de petróleo da Gazprom no golfo venezuelano está prevista para o final de outubro", disse Putin.
A fonte do Kremlin disse que a cooperação nos setores de energia e mineração seria um tópico importante nas conversas. As empresas russas de energia e mineração como Gazprom, Lukoil, TNK-BP e Rusal já operam na Venezuela.
"A cooperação no setor de energia e mineração continua sendo a principal prioridade para cooperação econômica", disse a fonte.
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sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Venezuela expulsa Human Rights Watch após relatório crítico
Venezuela expulsa Human Rights Watch após relatório crítico
CARACAS (Reuters) - A Venezuela expulsou os representantes da organização de direitos humanos Human Right Watch, após a entidade com base nos Estados Unidos ter acusado o presidente Hugo Chávez de acabar com a democracia durante os quase dez anos em que está no poder, informou a chancelaria nesta sexta-feira.
A decisão pode tornar ainda mais tensas as relações entre o líder venezuelano e Washington, seu principal comprador de petróleo, uma semana depois da expulsão do embaixador norte-americano da Venezuela, e a resposta dos EUA na mesma moeda.
A organização, que tem sede em Nova York, denunciou, em um relatório apresentado em Caracas na quinta-feira, que não existe separação de poderes no país e que Chávez controla todos os tribunais.
Os representantes da Human Rights Watch (HRW), José Miguel Vivanco e Daniel Wilkinson, foram expulsos por "agredir as instituições da democracia venezuelana, intrometendo-se ilegalmente nos assuntos internos do nosso país", disse um comunicado da chancelaria.
Imagens mostradas pela televisão estatal mostraram funcionários indo, à meia-noite, ao hotel em que se hospedavam Vivanco e Wilkinson para informá-los de sua expulsão imediata. Os dois foram acompanhados até o aeroporto.
"O motivo?", perguntou Vivanco, surpreso, à porta.
"A violação ao visto com que você ingressou no território venezuelano. É um visto de turista, autorizado para atividades de lazer e recreação. Além disso, suas declarações contêm francas violações à legislação venezuelana", respondeu o funcionário, sem dar mais detalhes.
A HRW é uma organização não-governamental independente, mas Chávez a acusa de trabalhar para o governo de George W. Bush, que chamou a Venezuela, na quinta-feira, de autocracia.
O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, explicou que a delegação da HRW "violou" e "prejudicou" as instituições do país.
"Este tipo de grupo, com a aparência de defensores dos direitos humanos, são financiados por distintos órgãos do Estado norte-americano", disse Maduro à televisão estatal, na madrugada de sexta-feira. Ele confirmou que a expulsão dos dois foi "imediata".
A oposição acusa Chávez de criar esse tipo de polêmica no país para desviar a atenção dos problemas enfrentados pelos venezuelanos, a semanas das eleições regionais.
(Por Saul Hudson)