terça-feira, 11 de agosto de 2009

Obama vê hipocrisia em críticas aos EUA por reação à crise em Honduras

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta segunda-feira, durante uma visita a Guadalajara, no México, que aqueles que criticam os Estados Unidos por não terem dado uma resposta mais firme contra a deposição do presidente eleito de Honduras, Manuel Zelaya, em 28 de junho, agem com “hipocrisia”.

As declarações foram feitas durante uma coletiva após um encontro entre Obama, o presidente do México, Felipe Calderón, e o primeiro-ministro canadense, Stephen Harper.

“Os críticos que afirmam que os Estados Unidos não foram rigorosos o bastante para exigir o retorno do presidente de Honduras, Manuel Zelaya, ao poder são as mesmas pessoas que dizem que estamos sempre intervindo, e que os ianques têm que sair da América Latina”, disse Obama, sem, no entanto, citar nomes.

O presidente americano ressaltou que que estas pessoas “não podem exigir as duas coisas ao mesmo tempo.”

“Se estes críticos consideram que pode ser apropriado que nós, de repente, ajamos de um modo que, em outro contexto, eles considerariam inapropriado, então acho que isto indica que talvez haja alguma hipocrisia em sua abordagem sobre as relações entre Estados Unidos e a América Latina”, disse.

"Golpe"

Durante o pronunciamento, Obama voltou a afirmar que o governo dos Estados Unidos considera a deposição de Zelaya “ilegal” e classificou a ascensão do presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, ao poder de “golpe”.

“Nós fomos claros que consideramos que o presidente Zelaya foi retirado de maneira ilegal do cargo, que isto foi um golpe e que ele deveria voltar ao poder”, afirmou.

Dizendo concordar com a posição de Obama, o premiê canadense, Stephen Harper, afirmou que aqueles que fazem críticas aos Estados Unidos em relação à crise em Honduras são as mesmas pessoas que condenam a parceria entre americanos e colombianos “por questões legítimas relativas à segurança e ao tráfico de drogas”.

Mais de um mês após a deposição de Zelaya, a crise política em Honduras parece longe do fim, com o governo interino do país recusando os pontos de um acordo proposto pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, para a volta do presidente eleito ao poder.

Em um comunicado conjunto divulgado após o encontro desta segunda-feira, os líderes de Estados Unidos, México e Canadá afirmaram que discutiram “a fundo o golpe em Honduras” e reafirmaram o apoio ao plano de Arias e aos esforços da Organização dos Estados Americanos para “buscar uma solução pacífica para a crise política” no país.

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