Uma visita de Ban Ki-Moon tem sido considerada como uma possível maneira de trazer as discussões sobre reforma política entre a oposição do país e os militares no poder de volta à vida.
Mas em um encontro na segunda-feira com Ibrahim Gambari, o enviado especial da ONU a Mianmar, Aung San Suu Kyi afirmou que a libertação de todos os prisioneiros políticos era um "requerimento mínimo" para que quaisquer discussões prosseguissem.
A líder da oposição e nomeada ao prêmio Nobel da paz está mantida sob prisão domiciliar pela maior parte dos últimos 19 anos.
As discussões de segunda com Gambari foram consideradas como o primeiro contato que Aung San Suu Kyi já teve com alguém que não fosse de Mianmar desde que ela o conheceu em Março do ano passado.
Ao comentar sobre o encontro, um porta-voz do partido de oposição de Aung San Suu Kyi, a National League for Democracy, disse que ela teria explicado a Gambari que estaria "pronta e disposta a encontrar qualquer um, mas ela não poderia aceitar ter uma reunião sem conseguir nenhum resultado."
As discussões com Gambari aconteceram á portas fechadas na manhã de Segunda-feira em uma pensão governamental em Yangon, a ex capital de Mianmar.
Poucos outros detalges foram dados da reunião, que durou por aproximadamente uma hora.
Pressão
A visita de Gambari é a sua sétima a Mianmar e chega sob crescente frustração para com a falta de progresso da ONU em reconciliar a oposição e o governo militar.
Durante a última visita de Gambari em Agosto de 2008, Aung San Suu Kyi se recusou a encontrá-lo, dizendo que seus esforços para trazer uma reforma polítia a Mianmar não teriam dado nenhum sinal de avanço.
Dessa vez, porém, ela disse que estava preparada para uma reunião com ele se o mesmo aumentasse a pressão nos generais que estão no poder.
Na Quinta-feira, o quarto dia de sua visita, Gambari está programado para viajar para a remota nova capitaç de Mianmar, Naypyidaw, para encontros com oficiais militares sênior.
Não está claro, porém, se ele vai se encontrar com o recluso líder, o General Sênior Than Shwe.
Funcionários da ONU disseram que nessa visita, Gambari gostaria de ter "discussões significantes" com todos os partidos, inclusive conversas sobre a enfraquecida economia do país.
Depos do encontro com Aung San Suu Kyi, Gambari iria viajar para a cidade de Lambutta mais tarde na Segunda, um dos lugares mais fortemente atingidos pelo ciclone.
O "Caminho das Pedras" da democracia
Durante o fim de semana, Gambari se encontrou com líderes do governo, pedindo a libertação dos prisioneiros políticos e a volta de dialogos com a oposição.
Os militares tem governado Mianmar desde 1962 e afirmam estar seguindo o seu próprio "Caminho das Pedras para a democracia", que que ia culminar em eventuais eleições para um novo parlamento nacional.
Os grupos de oposição tem considerado o caminho das pedras como uma farsa, porque ele barra Aung San Suu Kyi e outros líderes da oposição de conseguirem posições no governo, e garante que o balanço de poder permaneça nas mãos dos militares.
Aung San Suu Kyi liderou a sua National League for Democracy para a vitória nas eleições nacionais de 1990, mas o governo militar ignorou os resultados e a tem mantido sob prisão domiciliar pela maior parte dos anos seguintes.
Fonte: Al Jazeera English
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