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Denilde Oliveira Holzhacker, pesquisadora do Núcleo de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) afirma que, nestes últimos 60 anos, a ONU acabou acumulando diversas funções, e atualmente não se dedica apenas a atuar para garantir a paz, a cooperação e a segurança. Desenvolve também projetos importantes em áreas como educação, saúde, cultura, atenção à infância, combate à pobreza, ações humanitárias.
Essa nova lista de responsabilidades exigiria, segundo a pesquisadora, uma outra estrutura administrativa e de organização, que conferisse mais agilidade e transparência de decisões à entidade. Além disso, seria preciso pensar em estratégias para superar o sistema estatal e incorporar outros atores internacionais, como as Organizações Não-Governamentais. Na opinião de Denilde, um dos grandes fracassos da ONU durante sua trajetória foi a incapacidade de lidar com as diferentes culturas e com os contextos étnicos muito diversos. “Na África, por exemplo, apesar de inúmeras ações, não foi possível modificar um cenário que é extremamente grave”.
A explosão de conflitos, no pós-Guerra Fria, também preocupa. “Ela não consegue evitar guerras, e, quando o conflito acaba, muitas de suas missões humanitárias encontram dificuldades em gerenciar a paz”, lamenta. A ausência da ONU é também sentida na mediação do conflito árabe-israelense, onde as tentativas de paz são lideradas fundamentalmente pelos Estados Unidos. “A forte presença e coalizão dos países árabes na Assembléia Geral, rechaçada por Israel e seus aliados, impede a adoção de uma posição mais isenta na disputa”, explica.
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07/11/2005
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=779
domingo, 30 de março de 2008
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